Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Não basta ser kosher, tem que ser saudável

Houve um tempo em que eu já era metida a ser natureba. Muito antes de libertação, muito, muito antes de teshuvah, quando ainda era solteira, eu já não consumia alguns venenos disfarçados de comida, salsicha e refrigerante, por exemplo. Fiquei alguns anos evitando carne vermelha (hoje sei que o problema não é a carne, e sim o sangue e as químicas que dão para o gado comer, e depois da libertação até voltei a comer carne vermelha e falei sobre isso no meu primeiro livro), só comia feijão feito por mim (hoje sei que o feijão precisa ficar de molho), até me aventurei a comer carne de soja, mas isso durou muito pouco (ainda bem, porque hoje sei que soja também é um veneno). Enfim, eu já tinha DNA natureba. Desde criança amo vegetais e não me importava se não houvesse carne na refeição, mas ficava feliz com um belo prato de salada. Meu prato preferido quando criança era maionese caprichada. Nunca gostei de dietas, mas sempre fui a favor da alimentação saudável. Sou da roça e aprendi a comer verduras e legumes desde bebê.

Depois houve um tempo em que relaxei um pouco nesse assunto de alimentação saudável, principalmente porque fiquei à mercê de outras pessoas decidindo o cardápio, mas depois de uns quatro anos de intervalo, quando voltei a tomar as decisões sobre compras e cardápio em casa, o lado natureba aflorou de novo. E ainda houve a influência de uma nutricionista que atendeu marido e ela condenou alguns produtos industrializados, tipo caldos em tabletes (sódio puro), temperos prontos, óleo de soja, então essas coisas já não faziam parte da nossa lista de compras. E por isso passei a cozinhar com azeite desde o início do casamento (neste ano completamos 20 anos de casados).

Mas libertação me levou à teshuvah, e foi então que alimentação saudável juntou-se à alimentação bíblica, kosher. Já relatei como parei de comer carne de porco, camarão etc aqui. Só que alimentação bíblica é bem mais complexa que não comer porco ou frutos do mar e não misturar carne com leite, e isso nos levou a ler muito, pesquisar sobre carne kosher, decorar nomes de peixes com escamas, e ficar atentos aos rótulos das embalagens dos produtos, porque às vezes havia um porquinho disfarçado em alguns "alimentos" e corantes feitos de insetos. E a pesquisa foi se ampliando para alimentação saudável, porque a conclusão da vida é que não basta ser kosher, tem que ser saudável, porque macarrão instantâneo kosher não é nada saudável. E uma coisa levou a outra, e por causa das nossas leituras e pesquisas fomos mudando nossos hábitos de alimentação para kosher e saudável.

Uma mudança significativa foi o açúcar. Lemos tanto sobre açúcar refinado ser um grande veneno, e eu sempre disse que adoçante engorda, rsrs, nunca gostei daquilo (e hoje sei que é um veneno também), então passamos a usar açúcar demerara e orgânico em casa, e para fazer bolos uso açúcar cristal. E depois de alguns anos dessa mudança, um dia fomos à casa de amigos e bebi café com açúcar refinado (marido já bebe café sem açúcar há muuuuitos anos) no final do encontro, e na volta para casa comecei com uma dor de cabeça horrorosa. Dias depois fomos à uma outra casa e repeti o feito, café com açúcar refinado, e de novo a dor de cabeça ainda no caminho para casa. Foi aí que liguei uma coisa a outra e entendi que o problema foi o açúcar refinado. A partir de então só bebemos café e suco sem açúcar na casa de outras pessoas ou em restaurantes.

Com o sal foi a mesma coisa, abolimos sal refinado, só usamos sal grosso. Uso moedor de sal para quando preciso de sal mais fino, e uso sal grosso mesmo para cozinhar. Quando é possível encontrar, compro sal cinza ou sal do Himalaia.

Também diminuímos consideravelmente o consumo de produtos industrializados. E por isso aprendi algumas coisas que nunca imaginei fazer em casa: molho de tomate, pão, pizza, pão de queijo, iogurte. Fazer pizza em casa para mim sempre foi um tabu, mas hoje em dia já virou rotina, de vez em quando faço pizza e não quero outra vida.

Agora estamos no momento de comprar vegetais e produtos orgânicos sempre que possível. Esse foi um passo que demorei a dar, porque no Rio de Janeiro não é fácil encontrar. Agora finalmente há o circuito de feiras orgânicas e procuro frequentar toda semana, embora não seja tão perto de casa como gostaria. Alguns temperos eu já planto em casa, em vasos, já plantei verduras também, mas minha hortinha ainda meio abandonada com este calor que é melhor nem comentar.

E o último passo nesse processo de alimentação saudável aconteceu muito recentemente, quando enfim fui a um pequeno mercado kosher [onde há macarrão instantâneo, caldo de galinha industrializado, jujuba, biscoito recheado, tudo kosher, mas não saudável] que fica em Copacabana, bem longe de casa, mas pelo menos é perto do metrô, e pude provar a carne kosher, o leite kosher, e o grande achado: linguiça bovina kosher. Tá, confesso, cachorro-quente é gostoso, rsrs. Muito antes de libertação ou kosher eu já não comia cachorro-quente de salsicha e era muito raro comer de linguiça, quando ia a festinhas em que serviam cachorro-quente eu só comia pão e molho. Mas com a descoberta da linguiça bovina kosher voltamos a comer hot dog e marido agradeceu, disse que estava com saudades.

Costumo dizer que quando decidimos obedecer, o Eterno muda o nosso gosto, e é verdade, muita coisa que gostávamos de comer deixou de nos dar prazer. Às vezes no início pode ser difícil, mas decidir obedecer é o primeiro grande passo. E hoje não é pesado, não é complicado, e temos sentido o resultado positivo de uma alimentação kosher e saudável.

Nenhum comentário: