Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

P.S. em 'Perdoar não é tão simples como dizem'

Publicado originalmente em 21dez2013

Tem P.S. no final de Perdoar não é tão simples como dizem

P.S. Não sinto mágoa, amargura etc, o que sinto é indignação:
Quando falo sobre não perdoar quem não pede perdão, muita gente me olha com cara de espanto e outras até discordam e tentam "pregar" para mim, principalmente citando textos contrários à Torah. Até entendo que aprenderam errado sobre o conceito de perdão e ficam repetindo o que seus líderes falam na lavagem cerebral dominical. Mas não perdoar, ou não querer assunto, ou não querer comunhão, ou não querer conviver com a pessoa que foi cruel, feriu, agrediu, e NÃO se arrependeu, NÃO reconheceu o erro e NÃO pediu perdão, NÃO significa guardar mágoa, rancor, amargura no coração. Não mesmo. Posso perfeitamente não querer assunto com quem me feriu e ainda assim não ter ódio nem mágoa nem amargura, e tenho o direito de não querer conviver para não me violentar e para não dar chance de ser ferida de novo. Não sinto mágoa, amargura etc, o que sinto é indignação, decepção, é impotência diante da injustiça, é tristeza pela pessoa não se arrepender, por ver tanta dureza de coração, apesar de tantas vezes ter sido confrontada. E todos os sentimentos eu coloco diante do Eterno em oração, limpo meu coração diante dele, confesso todo desejo de justiça com as próprias mãos, confesso todo desejo mau do meu coração, confesso todo pensamento de violência, peço perdão pelas palavras de maldição que eu possa ter dito na hora do sangue quente, libero perdão para a pessoa em oração e peço que o Eterno perdoe a pessoa. E não oro pedindo justiça, oro pedindo arrependimento para a pessoa que me feriu, e pedindo misericórdia para mim. Não fico alimentando mágoa, mas também não vou fingir que nada aconteceu e "esquecer" o que a pessoa fez e restaurar comunhão com quem não pede perdão. Enfim, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. E repito, se nem o Eterno perdoa quem não se arrependeu e não pediu perdão, por que eu haveria de perdoar? Resumindo: não sou obrigada a conviver com pessoas que contribuíram para uma criança passar fome e não reconhecem que erraram, não pedem perdão e nem corrigem o erro. Mas posso e vou continuar dizendo que estão errados, vou continuar confrontando a maldade que fizeram, e isso não significa que estou com mágoa nem amargura, só significa que não vou me calar diante de uma injustiça e uma crueldade tão grandes.
P.S.2: E indignação não é amargura. "Indignação: sentimento de cólera ou de desprezo experimentado diante de indignidade, injustiça, afronta" (Houaiss). Que eu não perca a capacidade de indignar-me. "Quando eu perder a capacidade de indignar-me ante a hipocrisia e as injustiças deste mundo, enterre-me: por certo que já estou morto" (Augusto Branco).

Nenhum comentário: