Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Go to Panamá, uma linda surpresa

Não era a viagem dos sonhos, mas se tornou um sonho de viagem.

Decidi escrever este post estilo diário de bordo em agradecimento aos muitos blogueiros que me ajudaram com informações sobre o Panamá. E assim como eles me ajudaram, espero também contribuir com outros turistas que vão passar por lá.

Panamá não estava na minha lista “Antes de ficarmos velhos”, mas agora entrou como item já realizado. Não programamos ir ao Panamá, fomos a trabalho e depois de pesquisar e ver as fotos e opções do que fazer, decidimos ficar mais uns dias para passear. E apesar do pouco tempo que tínhamos – uma tarde, dois dias completos e uma manhã, conseguimos visitar lugares lindos.

Confesso que só sabia que o Panamá tinha o famoso canal e o famoso chapéu, até havia assistido ao filme O alfaiate do Panamá, mas não lembro da história direito, vou ter que rever agora, e não sabia mais nada, nem onde ficava direito. Mas enquanto pesquisava sobre o país, ficava impressionada com tanta coisa boa para fazer por lá e apaixonada pelas paisagens. E Panamá foi entrando na nossa lista e eu ficando animadíssima para chegar logo.

Fazer compras não era nosso foco, nem somos especialistas no assunto, mas como todos disseram que Panamá é um dos principais destinos de compras para os brasileiros, resolvemos conferir. Seguindo os conselhos, fomos ao enorme Albrook Mall, que tem fama de ter preços médios, andamos muito e nem chegamos ao segundo piso, encontramos nosso objetivo principal, pesquisamos preços, compramos dois itens extras, cansamos e voltamos ao hotel. Na manhã do último dia fomos a outro shopping, o Multicentro Panamá, que ficava pertinho do nosso hotel, e apesar de ter fama de ser mais caro que o outro, encontramos alguns preciosos achados com preços interessantes. Mas a grande surpresa foi o aeroporto. Aquilo não é um aeroporto, é um grande e diversificado shopping, muitas lojas, muitas mesmo (que diferença do aeroporto do Rio, melhor nem comentar). Na ida não tivemos tempo de conhecer direito, porque havia uma pessoa nos esperando, mas na volta chegamos bem cedo e tivemos tempo de andar bastante. E agora podemos confirmar que compras no Panamá é tudo de bom e nem precisa sair do aeroporto, que para nós foi o melhor de todos os shoppings que visitamos. É, mesmo para não consumistas como nós, dá vontade de voltar lá e nem sair do aeroporto e aproveitar as novidades que não encontramos por aqui.

Enfim, chegamos ao que mais nos interessava: passeios. Ver o canal e as eclusas foi parte do evento oficial, por isso não voltamos para visitar como turistas. Depois tivemos apenas dois dias inteiros livres e muita coisa para conhecer, então escolhemos dois lugares de maior interesse para nós. Os dois destinos mais famosos ficaram fora da lista, San Blas e Bocas del Toro, por serem longe e na nossa avaliação não valeria a pena ir com tão pouco tempo. Mas eu queria pelo menos colocar os pés no Mar do Caribe, então no primeiro dia fomos de trem até Cólon e de lá fomos de táxi até Portobelo. Na estação do trem há vários taxistas oferecendo o serviço de ida e volta, eles levam até o porto e ficam esperando por três horas e trazem o turista de volta à estação. Acontece que o trem sai da Cidade do Panamá (capital do Panamá, onde ficamos hospedados) às 7h15 da manhã e chega em Cólon às 8h15, e volta às 17h15, então chegaríamos na estação muito cedo, às 14h30 nos nossos cálculos, aí fui perguntar ao taxista onde pegávamos o ônibus para voltar à tarde, mas ele logo se ofereceu para nos levar de volta ao hotel e fez um preço bem legal, e isso foi bem prático, porque não ficamos esperando por trem ou ônibus e chegamos cedo para descansar, porque praia cansa, rsrs, e no dia seguinte haveria outro passeio. A viagem de trem é uma gracinha, seguimos beirando o canal quase o tempo todo e passamos por dentro de uma grande floresta.

Trem chegando em Cólon.
Geralmente os turistas vão para Isla Grande, mas eu li que era um pouco suja (ah, o “cerumanu”), e também li um texto sobre a Isla Mamey (o texto é de 2011, depois descobri que a ilha não está mais como ela descreveu, as cabanas foram derrubadas) e insisti em ir para lá, mas o texto deu a entender que os barcos saíam de Portobelo e não é bem assim, eles saem de Portolindo, um pouco mais à frente, no mesmo porto em que há barcos para Isla Grande. Mas como paramos em Portobelo e o taxiacuatico de lá não quis ir para Mamey, disse que era longe, mas nos ofereceu ir a três praias ali perto, duas apenas para conhecer e uma para mergulho, decidimos aceitar, afinal era o Mar do Caribe. Então o táxi nos levou ao mercadinho, compramos água e um lanchinho, e partimos para as praias. Lugares lindos, mar delicioso, temperatura agradável, nem quente, nem gelado.

Portobelo e seus canhões.
 No porto conhecemos Emanuel, um argentino que estava viajando pelo mundo, conhecia o Brasil e falava português, e o que ele mais sentia saudade no Brasil era pipoca com leite condensado. Ri muito e lembrei da minha amiguinha Yohanna. Ele nos ajudou na negociação e foi junto no passeio, como ajudante do barqueiro. Conversamos muito com o jovem argentino e ficamos amigos de berçário. Simplesmente ele tem valores parecidos com os nossos na questão ambiental, alimentação saudável. Ele também não bebe refrigerante, reclamou dos transgênicos, disse que planta uma horta na sua casa e recolheu três sacos de lixo na praia enquanto curtíamos o mar. Se ali naquela praia deserta, sem infra nenhuma, ele recolheu todo esse lixo, nem quero imaginar como seria a Isla Grande. Acho que fizemos uma boa troca. Na última praia havia mais um barco além do nosso, com turistas americanos, e a praia era toda nossa.

Fazendo novo amigo, o argentino Emanuel.
Navegando no Mar do Caribe.

Pisando no Mar do Caribe.

Praia do Francês, Mar do Caribe, Panamá.
O barqueiro nos deixou na terceira praia, que foi a escolhida para mergulharmos, e foi abastecer e fazer um transporte para outro barco. Ele demorou um pouquinho, e aí comecei a ficar com medo de termos sido abandonados ali, rsrs. Mas ele voltou no horário perfeito para encontrarmos nosso táxi realmente nos esperando. E o táxi nos levou direto ao hotel, com direito a atravessar a Ponte do Centenário para fotografarmos a ponte e o canal. Serviço de qualidade, viagem tranquila, recomendadíssimo. Enfim, objetivo alcançado com sucesso, navegamos e mergulhamos no Mar do Caribe.

Nosso taxiacuatico chegando para nos buscar.

Canal do Panamá visto de cima da Ponte do Centenário.

Ponte do Centenário.

No dia seguinte nosso destino foi o Caribe do Pacífico, como é conhecido o Arquipélago de Las Perlas. Apesar de reservar pela internet e receber e-mail de confirmação, nosso nome não estava na lista do Ferry boat, mas conseguimos ser encaixados, ufa, e partimos para nossa aventura ruma à Isla Contadora. Uma hora e 40 minutos de viagem tranquila, eu dormi quase o tempo todo, porque o ferry sai às 7h30 da manhã. Na Ilha Contadora havia duas opções, ou ficávamos lá conhecendo as praias da ilha, e o melhor é alugar um carro maneiro ou uma bicicleta, porque caminhando é bem longe, ou pegávamos outro barco para conhecer outras ilhas, observar baleias e mergulhar para ver corais e peixes coloridos. Claro que marido preferiu pegar outro barco com o pessoal da Coral Dreams. Como não fizemos reserva, quase perdemos, mas sobraram duas vagas e novamente fomos encaixados e partimos para a maravilhosa aventura. Eu me senti traindo a Contadora, mas fizemos novamente uma boa troca, e na volta ficamos um pouquinho na Contadora, enquanto esperávamos o horário do ferry.

Escadaria linda na Isla Contadora

Guia da Coral Dreams e turistas de vários países.
O passeio completo incluía ficarmos no barco no meio do Pacífico para esperar as baleias subirem para respirar. Eu havia lido em algum lugar que a temporada era só em julho, mas devo ter entendido errado, porque a temporada começa em julho e termina em outubro. Ou seja, fomos na época perfeita, sem saber. E vimos baleias!!!!!

A primeira baleia a gente nunca esquece.

Ela é muito rápida, já mergulhou de novo.

Confesso de novo, quase morri de medo. Ficar com o barco parado no meio do oceano esperando as baleias subirem para respirar, mesmo longe delas, não foi a melhor das experiências do mundo, rsrs, eu só imaginava uma baleia embaixo do nosso barco e virando o barco e eu não voltando para contar a história. Filme de terror!!!! Marido não sentiu um milímetro de medo e ficou rindo de mim o tempo todo, mas eu só queria ir embora logo, confesso mesmo. Lindo ver as baleias, mas eu fiquei com muito medo. Depois disso paramos em duas praias lindíssimas para mergulhar apenas com uso de snorkel, porque o compressor para cilindro estava com defeito.

Parada na primeira ilha.

Pisando no Oceano Pacífico, Arquipélago Las Perlas, Caribe do Pacífíco, Panamá.
Parada na segunda ilha.
Marido vendo lindos e coloridos peixes, ele amou e
lamentou não ter comprado uma máquina para fotos embaixo d'água.
Navegando no Oceano Pacífico.

Isla Contadora, descansando enquanto esperávamos o ferry para voltar.

Companhia na Isla Contadora.

Às 15h30 o ferry saiu e navegamos de volta à Cidade do Panamá. A viagem foi outra aventura. O capitão do ferry parava de vez em quando porque ele via baleias e os turistas tentavam ver e fotografar, mas não conseguimos registrar nada, porque quando ele parava as baleias já estavam subindo e não dava mais tempo. E em uma vez ele fez uma parada brusca, levamos um susto, e ele disse que quase atropelou uma baleia. Eu, heim! E ainda tivemos a companhia de golfinhos, mas não conseguimos fotografar também, peninha.

O ferry boat chegando para nos buscar.

Apesar de ter pesquisado muito, não consegui antes informações sobre o que havia na ilha e por isso não fizemos reserva de passeio de barco. E o ferry só faz o transporte, mais nada, não faz turismo pelas ilhas. E essa informação também não havia ficado muito clara. De qualquer forma, se não tivéssemos conseguido vaga no barco, teríamos ficado na ilha, que tem uma grande infra, inclusive há hotéis para quem quiser ficar por lá. Há linhas de voos também, mas precisa comprar com antecedência, porque a procura é grande. No final deu tudo certo, mas para quem está indo para lá, fica a dica de comprar bilhetes para o ferry ou para o avião com antecedência e reservar o passeio de barco também.

Quase chegando à Cidade do Panamá, do ferry vimos a Calzada de Amador ou Amador Causeway, mas não pedalamos na calçada, como estava previsto.

Calzada de Amador vista de dentro do barco.

Pelicano, recepção de boas-vindas, voltando à Cidade do Panamá.
Vista do Canal e da Ponte das Américas, chegando à Cidade do Panamá.

No último dia, que dó, snif, fomos ao shopping Multicentro, como falei lá em cima, e no caminho passamos rapidinho no aterro da Avenida Balboa, fizemos umas comprinhas básicas e partimos para o aeroporto. A viagem foi tranquila, sete horas de voo direto para o Rio e voltar à realidade, depois de um lindo sonho de viagem não planejada, mas que vai deixar muita saudade.

Vista de cima da passarela no aterro da Avenida Balboa.
Experimentamos quase tudo que lemos sobre o Panamá. Trem e barcos. Atendentes de lojas mal-humorados, mas isso nós temos aos montes no Rio de Janeiro, infelizmente. Táxi dividido com outro passageiro, lá eles fazem isso o tempo todo, se tem lugar vazio e alguém dá sinal, eles param e pegam outro passageiro, foi muito engraçado, mas ainda bem que já estávamos avisados. Os grandes choques culturais ficaram por conta da descarga no banheiro do aeroporto, que eu não consegui descobrir como acionar, sinto muito, e da maître do restaurante que me mostrou a garrafa do vinho para eu conferir e me serviu a prova, e só depois que eu aprovei é que serviu ao meu marido. Fiquei me sentindo, rsrsrs. E a vergonha de ser brasileira foi por conta da internet ser boa e rápida e os celulares dos moradores de lá funcionando no meio do oceano, na praia deserta, na estrada no meio da floresta, e o meu não funciona na minha cozinha.

Se eu voltaria ao Panamá? Com certeza, afinal faltou muita coisa para ver e também faria tudo de novo, mas a lista do “Antes de ficarmos velhos” tem tanto item ainda para ser marcado como realizado...


Dicas de outras páginas sobre o Panamá:
http://www.visitpanama.com/
http://descubrepanamaconcopa.com/pt
http://viajeaqui.abril.com.br/paises/panama
http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/americacentral/panama.shtml
http://viagens.ig.com.br/destinos/jogue-se-nas-compras-no-panama/
http://www.guiadasemana.com.br/turismo/noticia/compras-no-panama
http://www.111diaspelaal.com/?p=116&id=&lang=pt
http://ideiasnamala.com/2012/07/19/panama-dicas-para-planejar-sua-viagem-ou-escala-longa-na-cidade-do-panama/
http://viajandoemfamilia.com.br/panama-by-drika-ferreira/
http://www.nosnomundo.com.br/tag/panama/
http://dopanamapromundo.wordpress.com/