Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Dica de leitura: Revolução

Não é tempo de reforma.
É tempo de restauração, de retorno às raízes, ao original, é tempo de teshuvah.

Up. Publicado originalmente em 13/jan/2009

Cansado da igreja? Encontre uma fé vibrante além das paredes do santuário

Com o subtítulo acima e o título Revolução, o novo livro de George Barna, lançado no Brasil em março, afirma que tem muita gente que desistiu deste atual modelo de igreja local caracterizada por um panorama de estagnação espiritual e relacionamentos superficiais. Pesquisa do Instituto Barna constata essa tendência entre os cristãos norte-americanos, mas a maioria de suas observações também pode ser aplicada à realidade brasileira. Os números da pesquisa nos Estados Unidos revelam que, ao serem perguntados sobre como experimentam e expressam a sua fé, ou seja, sobre quais os principais meios de experiência e expressão espiritual, há uma forte tendência de mudança da ênfase na igreja local para uma “comunidade alternativa baseada na Fé” ou para meios baseados na “mídia, artes, cultura”.

Segundo o editor brasileiro, Oswaldo Paião, da Abba Press, Barna e sua equipe descobriram uma informação que, apesar de ser fruto de observação de uma realidade, tem despertado polêmica, e cuja divulgação tem desagradado a inúmeros pastores: “a Igreja está passando pela maior revolução de nossa época. Multidões de cristãos sérios estão abandonando as formas tradicionais da igreja... Mas, apesar disso, querem ser a Igreja de Jesus Cristo. Eles estão deixando de comparecer às tradicionais “escolas dominicais” ou “cultos matinais” para buscar uma forma mais autêntica de ser Igreja; livre do formalismo e das cobranças burocráticas de um tipo de igreja que vive para organizar programas e dar show”. Agência Soma.

"Um cristão revolucionário é aquele que sua vida reflete os ideias e princípios que caracterizam a vida e propósito do Messias que avançam o Reino do Eterno. [...] Ele é um exemplo típico de uma nova geração de discípulos do Messias. Eles não estão discpostos a tomar parte de jogos religiosos, nem interessados em participar de uma comunidade religiosa que não esteja deliberada e agressivamente fazendo avançar o Reino dos Céus. São pessoas que desejam mais do Eterno - muito mais - em suas vidas. E estão fazendo o que for necessário para obter isso.

Estes revolucionários são seguidoras dedicadas do Messias e sérias quanto à sua fé. Algumas delas pertencem a uma igreja congregacional, mas muitas não. A chave para compreender os revolucionários não é qual a igreja que frequentam, ou sequer se frequentam alguma igreja. Em vez disso, é a sua completa dedicação à ideia de serem completamente messiânicos ao visualizarem cada momento da vida mediante uma lente espiritual e tomarem cada decisão à luz de princípios bíblicos. Trata-se de indivíduos determinados a glorificar ao Eterno dia a dia através de cada pensamento, palavra e ato em suas vidas.
O dicionário Webster, que não costuma sucumbir à pressão social para exagerar, definiu revolução como 'a derrubada ou repúdio, assim como a substituição completa de um governo ou um sistema político estabelecido pelo povo governado'. Ele acrescenta que uma revolução pode ser também uma 'mudança radical e abrangente na sociedade e na estrutura social'.
Webster está descrevendo adequadamente a transformação que ocorre na espiritualidade hoje. Milhões de seguidores deicidados do Messias estão repudiando sistemas e práticas mornos da fé messiânica e introduzindo uma mudança total na maneira como a fé é compreendida, integrada, e está influenciando o mundo. Em vista dos seres humanos se tornarem e praticarem aquilo em que acreditam, é a maneira mais rápida e certa de gerar uma mudança duradoura e esta revolução de fé é a transição mais importante que você ou eu experimentamos durante a nossa vida." George Barna, em Revolução

domingo, 28 de outubro de 2012

Uma língua enorme e com orelhinhas bem pequenas

Não é tempo de reforma.
É tempo de restauração, de retorno às raízes, ao original, é tempo de teshuvah.

Up. Publicado originalmente em 25 de ago de 2009

"O sermão: a vaca mais sagrada do protestantismo – Elimine o sermão, e a liturgia protestante vem a ser nada mais que um show. Elimine o sermão e a frequência dos membros cairá para um dígito.
O sermão é o fundamento da liturgia protestante. Por quinhentos anos, funcionou como um relógio. Toda manhã de domingo, o pastor sobe no púlpito e entrega um discurso inspirador para uma audiência passiva que esquenta os bancos. O sermão é tão central que muitos cristãos vão à igreja por causa dele. Na verdade, todo o culto é julgado pela qualidade do sermão. Pergunte a alguém como foi a igreja no último domingo e provavelmente receberá uma resposta descrevendo a mensagem. Resumindo, o pensamento cristão contemporâneo considera o sermão como sendo a mesma coisa que o culto dominical. Mas isto não acaba aí.
Elimine o sermão e você terá removido a fonte mais importante de alimentação espiritual para um número incontável de crentes (pelo menos é assim que se imagina). E a realidade chocante é que o sermão de hoje não tem raízes nas Escrituras. Mais do que isso, é emprestado, recuperado e adotado da cultura pagã para a fé cristã. Esta é uma afirmação alarmante, não é? Mas existe mais.
O sermão, na verdade, difama o propósito que o Eterno designou à igreja. E isso tem muito pouco a ver com o crescimento espiritual genuíno.
Como o sermão prejudica a igreja – Embora venerado por cinco séculos, o sermão convencional tem contribuído, nas mais variadas formas, para a degradação da igreja. Primeiramente, o sermão faz com que o pregador tenha um desempenho artístico no culto eclesiástico. Como resultado, a participação da congregação fica obstaculizada (na melhor hipótese) e excluída (na pior hipótese). O sermão degenera a igreja um auditório, um grupo de espectadores mudos, presenciando um evento. Não há espaço para interromper ou questionar o pregador, enquanto profere seu discurso. O sermão congela e aprisiona o funcionamento do Corpo do Messias. Promove um sacerdócio dócil ao permitir que os homens do púlpito dominem a reunião da igreja semana após semana.
Em segundo lugar, o sermão estanca o crescimento espiritual. Pelo fato de ser uma ‘mão de uma só via’, encoraja a passividade. Debilita a igreja, enfraquecendo seu funcionamento. Sufoca o ministério mútuo. Abafa a participação aberta. Faz o crescimento espiritual do povo do Eterno declinar.
Em terceiro lugar, o sermão conserva a mentalidade do clero antibíblico. Cria uma dependência patologia e excessiva do clero. O sermão faz do pregador um especialista em religião – o único que tem algo digno e valioso a dizer. Trata todos os demais como cristãos de segunda categoria – esquentadores de banco silenciosos. (Embora isso não expresse o geral, é a realidade).
A liturgia protestante deforma o Corpo do Messias. Torna-se num corpo de uma língua enorme (o pastor) e com orelhinhas bem pequenas (os membros)."

Trechos de Cristianismo pagão? (Frank Viola e George Barna)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Momento nostalgia

A Arte de ser feliz
(Cecilia Meireles)

Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa, e sentia-me completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam as flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz.

Houve um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não a podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, e às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.

Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um jardim quase seco. Era numa época de estiagem, da terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam o muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho no ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes um galo canta. Às vezes um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. Eu me sinto completamente feliz.

Mas quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Redimindo a Disney

Up. Publicado originalmente em 24/jun/2010

Uma reflexão que fiz quando comecei a estudar esses assuntos de desenhos animados e filmes foi sobre a Disney.

Tenho notado que o “ministério cabelo em ovo” coa um mosquito e engole um camelo. Nunca recebi um email pedindo para não assistir Ben 10 ou outro “super-herói”. Também nunca vi protestos contra uma novela comum da TV. Mas recebi várias mensagens de líderes recomendando que o povo não assistisse à novela Caminho das Índias. E é assim sempre que aparece uma novela que fala do mundo espiritual, os líderes não deixam as pessoas assistirem.

E foi aí que liguei o desconfiômetro. Uma das minhas teses é que se os religiosos estão falando mal de alguma coisa, se estão perseguindo, vou investigar. Normalmente se eles não gostam é porque dever ter alguma coisa boa para aprender.

O assunto não é Caminho da Índias, mas quem não viu, perdeu. Tirei muita reflexão boa da novela e fiquei muito indignada em constatar que fomos roubados de várias práticas boas que eles têm, como ter cuidado com o que fala e usar as palavras para abençoar as pessoas. E o que foi aquele casamento? Lógico que ignorando a parte religiosa, o casamento deles é lindo demais, é uma festa de verdade, muita alegria. Os nossos comparados aos deles parecem velórios. Fomos roubados.

As pessoas não assistiram à novela Caminho das Índias, mas assistem às outras que acham que não têm nada demais: só divórcios, brigas, gritarias, pornografia, imoralidade, assassinatos etc etc. Já vi líder de intercessão não querer ir a um encontro de amigos porque era o último capítulo da novela. Mas Caminho das Índias ela não viu. Fazer o quê? Só lamento por ela, perdeu uma grande aula de guerra espiritual.

Então volto à Disney. Todos nós já ouvimos alguém falando mal da Disney, já lemos sobre os boicotes que os evangélicos dos Estados Unidos promovem, já vimos palestras sobre as mensagens subliminares, as imagens ocultas nos desenhos. É, eu também caí nessa.

Mas aí veio a história do Procurando Nemo e depois vi Carros, e depois vi Nárnia. E fui percebendo que os filmes eram ótimos, que as mensagens eram positivas e que os religiosos me enganaram. Comprei todos esses filmes, assisti a todos umas trocentas vezes, sei as falas de cor, me emociono e rio das tiradas inteligentes. E como já disse, mudo o quadro ou tiro o som das cenas de feitiçaria.

Um episódio que me marcou aconteceu com uns amigos religiosos que não tinham visto Nárnia porque é da Disney, mas eles nem sabiam que o livro Crônicas de Nárnia foi escrito por C.S. Lews. Eles não conheciam nada sobre o filme... porque era da Disney.

Enfim, queimam a Disney na fogueira, mas assistem Ben 10 e todos os outros desenhos e filmes horrorosos que existem por aí. Quem entende?

Enquanto o povo fala mal da Disney, vi muitas crianças nas igrejas com seus brinquedos com temas de desenhos na mão, com suas roupas e sapatos dos seus personagens preferidos, com seus monstrinhos, e fazendo suas festinhas de aniversário com esses temas.

Para mim a Disney foi redimida. Assisto, compro os DVDs e gosto muito dos filmes que eles têm feito. Faço a minha seleção, lógico, como seleciono tudo que assisto e ouço.

E estamos contando os dias para a estreia de Nárnia 3.
(P.S.: É, eu sei que a Disney não está no grupo do terceiro filme).

P.S.: Em Pessach (Páscoa) do ano passado queria um filme sobre Moisés para assistirmos em casa com meu sobrinho e lembrei do Príncipe do Egito (Não é da Disney, mas é "secular"). Comprei o DVD e meu sobrinho amou o filme e virou um de seus preferidos, e enquanto assistíamos, eu ia contando a história para ele e comentando sobre as licenças poéticas do filme, mas que não comprometiam a história.

Ensina a criança... Ele tinha dois anos e foi a uma célula de crianças. Um amiguinho estava comendo biscoitos (ou melhor, isopor, argh) e oferece. Ele vê no pacote do biscoito a figura de um monstrinho de desenho animado que aprendeu que não era de Papai do Céu. Aí ele diz: "Não, é feio". E não quis comer o biscoito. Meu herói.

Leia também:
Sobre desenhos animados, filmes e mensagens subliminares

sábado, 20 de outubro de 2012

Título não é nome próprio

Up. Publicado originalmente em 4/mar/2010

Mas tem gente que pensa que é. Vai se apresentar e diz: “Meu nome é pastor Fulano de Tal”. No cartão de visita o nome está com o título na frente. No endereço eletrônico também. E ainda coloca o título com inicial maiúscula.

Eis a questão: se título não é nome próprio, então deus também não é. Sei que há uma grande polêmica sobre o significado dessa palavra e para mim o que vale é o significado original da palavra, mas nesse caso vamos considerar que o significado de deus seja o que popularmente se condicionou, ou seja, divindade.

Então se deus é título e não nome deveria vir acompanhado do nome de alguém ou de uma característica que o identifique. O correto seria dizer deus A, deus B, deus com inicial minúscula, lógico, porque não é nome próprio.

Ainda que continuem usando a palavra deus para identificar o Eterno, deveria ser acompanhada de uma identificação, por exemplo deus Eterno, deus de Abraão, deus de Isaac. Porque quando se fala apenas deus, não sabemos a que divindade está se referindo. Há muitos deuses por aí e é melhor esclarecer e não fazer confusão, principalmente na oração ou quando invocar um deles.

E essa história que inventaram de escrever deus com inicial maiúscula para diferenciar o Eterno dos outros deuses é pura enganação. Na escrita pode até ter um efeito, mas na língua falada não há diferença alguma.

Pior ainda quando falam "nosso deus". Eu sei quem é o meu deus, mas e o da pessoa que fala posso não saber. "Nosso deus" sem identificar qual deus? Nosso, não.

E você, sabe qual é o seu deus?

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Tudo é culpa de 'Deus'

Quando comecei a estudar e falar sobre libertação, uma das frases que mais ouvia era: “Esse povo de libertação diz que tudo é culpa do diabo, isso tira a responsabilidade dos homens sobre seus atos”. Claro que esse é o argumento de quem nunca leu um livro sobre o assunto, é a frase de quem não-comeu-e-não-gostou. Quem pensa assim passa atestado de ignorância, porque libertação séria é exatamente ao contrário, mostra que as coisas acontecem como consequência dos nossos atos e não porque o "diabo" resolveu atacar sem motivo.

Mas passei a observar que os religiosos que criticam libertação dizem que tudo é culpa de Deus, porque tudo é da “vontade de Deus”, e também tiram a responsabilidade dos homens sobre suas escolhas. Assim, se acontece uma tragédia, como uma enchente ou tromba d’água, dizem que foi Deus que mandou, permitiu ou coisa parecida. E eles insistem em dizer que Deus não castiga, apesar de a Bíblia dizer isso várias vezes. Se a pessoa fica doente, “é a vontade de Deus”, se fica curada, “Deus é fiel”. Se morre, “Deus quis assim”. E por aí vai.

Afinal, quando vai ser culpa do homem? Quando vamos assumir que a guerra é nossa, que os problemas são criados por nós, que nosso pecado traz consequências?

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Aos mestres, com carinho

"Um professor sempre afeta a eternidade. Ele nunca saberá onde sua influência termina." Henry Brooks Adams

"O professor medíocre conta. O bom professor explica. O professor superior demonstra. O grande professor inspira." William Arthur Ward

'Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” Cora Coralina

“Mestre não é quem ensina, mas aquele que, de repente, aprende.” Guimarães Rosa

"Instrua o homem sábio, e ele será ainda mais sábio; ensine o homem justo, e ele aumentará o seu saber." Pv9.9

"Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles." Pv22.6

"Não abandone a sabedoria, e ela o protegerá; ame-a, e ela cuidará de você." Pv4.2

"Prefiram a minha instrução à prata, e o conhecimento ao ouro puro, pois a sabedoria é mais preciosa do que rubis; nada do que vocês possam desejar compara-se a ela." Pv8.10,11



sábado, 13 de outubro de 2012

Em busca de toda a verdade e não parte dela

Up. Publicado antes em 07/05/2010

Nesse processo de desconstrução e teshuvah que estou vivendo descobri algumas coisas interessantes sobre a verdade e gostaria de compartilhar uma com vocês.

Nas nossas leituras, pesquisas e muita conversa com o Eterno, percebemos que a verdade foi espalhada pelos vários grupos religiosos, cada um tem uma parte pequena da verdade. Como assim?

Por exemplo, alguém no passado teve a revelação de 10% da verdade e isso começou a aquecer seu coração. Então ele criou um grupo para ensinar a revelação que teve, mas ela não é toda a verdade, é apenas 10%. Como ele não tem os outros 90% da verdade (eu que acho que é assim), ele inventa um monte de regras e fórmulas humanas – e muitas inspiradas pelo inimigo. E assim foram criados vários e vários grupos religiosos. Cada um tem uns 10% da verdade, mas não tem humildade para reconhecer os 10% de cada um dos outros grupos e assim completar os 100%.

E a parte cômica e trágica disso é que cada um passou a se achar o dono de toda a verdade e dizer que os outros são hereges, seitas etc etc.

Por isso hoje não me encaixo em nenhum desses grupos religiosos e nem quero criar um outro grupo. Simplesmente estou em busca da verdade por completo e quero montar o quebra-cabeça. Quero encontrar todas as partes espalhadas. Não quero apenas 10% de verdade e 90% de mentira. Quero 100% da verdade.

Quero conhecer de fato a verdade e ser liberta de verdade. Cada vez mais livre.

Amando ser livre.

Leia também:
Trocar seis por meia dúzia ou uma jaula pela outra

Um dos muitos motivos que me levou a sair do sistema foi observar que as pessoas trocam seis por meia dúzia e uma jaula pela outra. Ficam livres de uma prisão, mas constroem outras prisões. Criam novas "leis" humanas e ficam paralisadas.

Infelizmente os líderes se fecham em apenas uma visão. Por exemplo, se um líder tem uma revelação nova, que não é aceita pelo ministério em que ele está, normalmente ele sai e monta seu próprio ministério em cima daquela visão que recebeu. O ministério começa a crescer, vem a necessidade de estrutura, de cargos. E o tempo passa.

E então, em um belo dia, um líder de outro ministério tem uma nova revelação e tenta compartilhar com aquele líder. O primeiro deveria ser humilde e somar as duas visões. Mas não, ele rejeita e diz que a nova revelação é heresia e não é de "Deus".

E assim acontece com vários líderes. Um descobre o ministério de libertação e fica só naquilo. Outro começa no processo de restauração das raízes bíblico-judaicas, mas para no meio do processo e também fica só naquilo. Quando aceitam uma coisa, rejeitam a outra.

Nós queremos o todo, não queremos só uma parte das revelações. Queremos libertação, restauração das raízes, discipulado e tudo mais que o Eterno nos trouxer. E sabemos que há mais, muito mais. Nós queremos tudo, não queremos rejeitar nada que o Pai tem para nós.

Concordo com Rick Joyner. Não pode ficar parado na onda que já passou, ou seja, ficar encalhado na areia. Tem que pegar a próxima onda...

Dica de leitura: Por que você não quer mais ir à igreja?

Up. Publicado originalmente em 5/nov/2009


Da série gostaria de ter escrito e mais ainda, poderia trocar os nomes e alguns detalhes da história e seria a minha história.
De forma simples e profunda o livro traz respostas para quem está insatisfeito com o sistema e quer mais do Eterno. Ele indica o caminho e mostra como é libertador sair do jogo do sistema.
Recomendo a leitura com a experiência de quem está vivendo exatamente o que a história do livro conta. Saí do sistema e posso dizer como o personagem: "posso verdadeiramente afirmar que esta é a vida que meu coração sempre andou buscando. [...] Seguir o Eterno todos os dias! Por mais assustador que possa parecer, há nisso uma autêntica liberdade".

Leia mais uns trechos:

"Sei que não é fácil. Mas não é porque as pessoas dizem uma coisa que ela tem que ser assim. O Messias está ensinando você a viver livremente. Alguns acharão isso assustador, assim como você mesma às vezes acha. O sistema precisa destruir aquilo que não consegue controlar. [...] Estou me referindo ao sistema da obrigação religiosa, sejam quais forem as formas que ele assume para escravizar as pessoas. Mas isso não é o mesmo que ser contra a instituição. Há muita gente nas instituições que é amada pelo Pai, e ele continuará atraindo-as para a sua vida tal como faz com você. Enquanto você reagir ao sistema, ele o estará controlando."

"A liberdade pode ser ameaçadora para quem encontra segurança num sistema religioso fechado."

"Meus piores momentos fora da religião institucional são, ainda assim, melhores do que meus melhores dias dentro dela."

JACOBSEN, Wayne e COLEMAN, Dave. Por que você não quer mais ir à igreja?

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

As crianças, minhas heroínas

Up. Publicado originalmente em 2/maio/2010

Ele tinha dois anos e foi a uma célula de crianças. Um amiguinho estava comendo biscoitos (ou melhor, isopor, argh) e oferece. Ele vê no pacote do biscoito a figura de um mostrinho de desenho animado que aprendeu que não era de Papai do Céu. Aí ele diz: "Não, é feio". E não quis comer o biscoito. Meu herói.

Em uma festinha de aniversário. Os meninos jogavam futebol. Ela estava deitada na rede e um primo a empurrava. O primo pede a uma "tia" para empurrar a rede, porque ele queria brincar com os meninos e não podia ficar balançando a priminha. A tia atende ao apelo e começa a conversar com a menininha.
"Quantos anos você tem?"
"Cinco."
"Cinco!? Quando você fez aniversário?"
"Não sei."
"Não sabe que dia você faz aniversário?"
"Não. Mas sei o nome do 'plefeito'."
"Legal. Qual o nome dele então?"
A menina responde certinho.
"Muito bem."
"E sei contar de um a cinco em inglês."
"Uau."
'One, two, three, four, five. Tem até um desenho na TV que tem five no nome, porque são cinco."
Depois dessa, falar mais o quê? Nota DEZ para a garotinha.

Ela tinha nove anos, acho, e estava com uma espécie de bolinhas de alergia na barriga. A mãe orou e repreendeu a enfermidade. Mas de vez em quando a mãe pedia para ver como estava a barriga da criança. Depois de algumas vezes levantando a blusa durante o dia, ela vira para a mãe e pergunta: Você não orou? Então por que toda hora fica olhando? A mãe reconheceu a falta de fé e parou de fazer a verificação.

Ele tinha quase cinco anos. Estava com a garganta doendo. A família orou por ele. No dia seguinte alguém pergunta como está a garganta e ele prontamente responde: Está bem, não dói mais. Você orou e passou.

Ele tinha quatro anos e o pai resolveu que o filho precisava gastar energia. Então matriculou a criança em uma aula de capoeira. Depois de duas ou três aulas o filho chega em casa e diz: Pai, não quero mais fazer essa aula. Isso não é de Papai do Céu.

A difícil arte de educar uma criança

Up. Publicado originalmente em 19/jun/2010

Adulto: "Não beba este refrigerante, é um veneno."
Criança: "Eu já bebi e não morri."

A criança vai a um concerto de música clássica pela primeira vez, era uma apresentação de um quarteto de violoncelo. Depois do terceiro toque da sirene, o locutor agradece a presença da plateia, informa sobre a casa de cultura e outras do mesmo grupo e avisa que é proibido filmar ou fotografar o espetáculo. A criança ouve e registra. Na segunda música, uma senhora na fileira da frente ignora o aviso e começa a fotografar os músicos. O menino pergunta: "Tia, não pode fotografar, não é?" A tia responde: "É, não pode, mas ela não obedeceu". E o concerto prossegue. Mas a criança não se conforma e de repente dá um salto e se dirige à vovozinha transgressora: "Senhora..." É interrompido pela tia, que o segura pela cintura e arrasta o menino de volta à sua poltrona. Depois a tia explica que ele está certo, mas quem deveria repreender a senhora é o segurança ou responsável pelo evento. Difícil, né? Como querem que a criança obedeça, se os adultos fazem isso na frente delas? Uma simples ordem e a pessoa não consegue obedecer.

Os filhos querem colo... sempre!

"Na sexta feira, 12 de maio de 2011, uma amiga do meu filho pulou do 8º andar do prédio onde morava na Rua Emiliano Perneta. Era uma adolescente. Tinha acabado de almoçar, estava com o uniforme do Colégio Bom Jesus, e a mochila nas costas, o que indicava que iria para o colégio à tarde, pois nas quartas e sextas eles têm aula o dia todo. Foi um choque para todos os colegas!

Aí vem a pergunta: Por quê? Ela tinha apenas 15 anos. Que problemas uma menina de 15 anos pode ter? Fiz esta pergunta ao meu filho, e a resposta me deixou chocada...

Ele me disse:

_ Mãe, eu acho que era falta de colo.

Questionei:

_ Como assim?

E ele me disse:

- Hoje em dia, os pais trabalham praticamente o dia todo, sempre com a mesma desculpa de que querem dar aos filhos tudo aquilo que nunca tiveram e, na maioria das vezes, eles estão conseguindo. Eles estão dando um estudo no melhor colégio, cursos de idiomas, dinheiro para gastar no shopping, um computador de última geração pro filho ficar enfiado em casa durante o pouco tempo livre que sobra, roupas, tênis, celular, tudo muito caro, etc... E sempre cobrando da gente boas notas, pois estão investindo muito... Na maioria das vezes, os pais não têm mais tempo para os filhos, não conversam mais, não fazem um carinho...

Ele fez uma pausa. Eu estava boquiaberta com o que ele acabara de falar-me e meus pensamentos foram a mil. Mal comecei uma frase

_ Meu filho, você tem razão. É isso mesmo...

E ele me interrompeu dizendo:

_ Mãe, quando a gente chega em casa, o que mais a gente quer é o colo da mãe. Quando vai mal nas provas ou quando acontece alguma coisa ruim, a gente quer colo. Por que você acha que hoje tantos jovens são quase revoltados? Na maioria das vezes, eles estão querendo chamar a atenção, ser notados... Só que no lugar errado e de forma errada: na rua e com violência.

Dei um grande abraço em meu filho, beijei-o com muito carinho. E lhe disse:

_ Meu filho, espero que a morte da Joana não tenha sido em vão, pois quem sabe desta forma muitos pais vão repensar suas atitudes para com seus filhos!

Ele olhou-ne carinhosamaente e concluiu, antes de sair para a escola:

_ Não somos máquinas, mãe. Não somos todos iguais. Não é porque o filho da vizinha tira só dez que todos nós vamos tirar 10. Talvez, nem todos nós queiramos falar inglês!

Seus olhos cheios de lágrimas revelavam a dor que sentia pela morte da colega e, ao mesmo tempo, o quanto meu filho valorizava a nossa família. Já fora de casa, ele voltou correndo e me deu um forte abraço e me disse:

_ Mãe, obrigado por eu poder contar sempre com você nos maus momentos...E, obrigado, também, pelas broncas, pois sei que as mereço.

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Depois que ele virou a esquina, fechei suavemente a porta, pensativa e convencida de que o tempo e o amor são os melhores investimentos que podemos fazer pelos nossos filhos. O resto é consequência. Nada é mais importante que estes meios essenciais para a felicidade de nossos filhos. E, sem dúvida, só assim poderemos também ser felizes com a consciência tranqüila de ter cumprido bem a nossa missão de pais."
(Texto anônimo)

Leia também
Dia das mães, o que comemorar?

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Se eles não querem obedecer, sinto muito, eu quero

Up. Publicado originalmente em 12/nov/2011

Conheço pelo menos duas pessoas que saíram do cristianismo católico e foram para o cristianismo evangélico porque leram Êxodo 20.3,4a: "Não terás outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto." Seus olhos se abriram e viram que estavam sendo enganadas. Olharam para um lado e para o outro e perceberam que estavam no lugar errado, porque ali não se cumpria esse mandamento e então tomaram uma decisão e mudaram de religião.

Aconteceu comigo algo parecido, a diferença é que não troquei de religião, mas saí de todas elas. Eu li Êxodo 20.8-10: "Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo...”. Também quando li Levítico 11, um capítulo inteiro sobre animais impuros, que o homem não deve comer. E li vários outros mandamentos que me incomodaram e ficava me perguntando porque haviam feito uma “seleção” de mandamentos que podiam ser obedecidos e outros que não podiam. Mas se estavam no mesmo texto e contexto, como é o caso da guarda do sábado, que está dentro dos chamados Dez mandamentos, por que não eram obedecidos?

Olhei para um lado, olhei para o outro e vi que alguma coisa estava errada, eu estava em um lugar em que esses mandamentos não eram obedecidos e praticamente proibidos de serem cumpridos e quem se atrevesse a obedecê-los era considerado um herege, seguidor de seita. E então decidi sair daquilo. E sair do sistema religioso foi uma das melhores decisões que tomei em minha vida. Se eles não querem obedecer, sinto muito, eu quero. E não admito que me digam que querer cumprir a Lei seja pecado.

E ter a certeza de estar no caminho certo não tem preço. E a sensação de que "tem alguma coisa errada" ou "não pode ser só isso" de-sa-pa-re-ceu completamente.

P.S.1: Muitos não entendem, mas está no sangue, é uma questão de DNA.
" 'Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias', declara o Eterno: 'Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Soberano deles, e eles serão o meu povo'." Jeremias31.33 " 'Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias', declara o Eterno. 'Porei minhas leis em suas mentes e as escreverei em seus corações. Serei o Soberano deles, e eles serão o meu povo'." Hebreus8.10

P.S.2: Diferente do que ensinam, a Torah (Pentateuco) não é impossível de cumprir, o próprio Eterno disse isso, veja:
"Vocês obedecerão de novo ao Eterno e seguirão todos os seus mandamentos que lhes dou hoje.
Então o Eterno, o seu Pai, abençoará o que as suas mãos fizerem, os filhos do seu ventre, a cria dos seus animais e as colheitas da sua terra. O Eterno se alegrará novamente em vocês e os tornará prósperos, como se alegrou em seus antepassados, se vocês obedecerem ao Eterno, ao seu Pai, e guardarem os seus mandamentos e decretos que estão escritos neste Livro da Lei, e se se voltarem para o Eterno, para o seu Pai, de todo o coração e de toda a alma.

O que hoje lhes estou ordenando não é difícil fazer, nem está além do seu alcance.
Não está lá em cima no céu, de modo que vocês tenham que perguntar: 'Quem subirá ao céu para consegui-lo e vir proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?'
Nem está além do mar, de modo que vocês tenham que perguntar: 'Quem atravessará o mar para consegui-lo e, voltando, proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?'
Nada disso. A palavra está bem próxima de vocês; está em sua boca e em seu coração; por isso vocês poderão obedecer-lhe." [grifos meus] Dt30.8-16

Como eu amo a tua Lei!

Up. Publicado originalmente em 28/12/2009

Ah, quero poder dizer como Davi, como nestes trechos do Salmo 119:

"Como são felizes os que andam em caminhos irrepreensíveis, que vivem conforme a lei do Eterno! Como são felizes os que obedecem aos seus estatutos e de todo o coração o buscam! Não praticam o mal e andam nos caminhos do Eterno. Tu mesmo ordenaste os teus preceitos para que sejam fielmente obedecidos. Regozijo-me em seguir os teus testemunhos como o que se regozija com grandes riquezas. Tenho prazer nos teus decretos; não me esqueço da tua palavra. Sim, os teus testemunhos são o meu prazer; eles são os meus conselheiros. Corro pelo caminho que os teus mandamentos apontam, pois me deste maior entendimento. Falarei dos teus testemunhos diante de reis, sem ficar envergonhado. Tenho prazer nos teus mandamentos; eu os amo. Para mim vale mais a lei que decretaste do que milhares de peças de prata e ouro. Se a tua lei não fosse o meu prazer, o sofrimento já me teria destruído. Como eu amo a tua lei! Medito nela o dia inteiro. Como são doces para o meu paladar as tuas palavras! Mais que o mel para a minha boca! A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho. Os teus testemunhos são a minha herança permanente; são a alegria do meu coração. Dispus o meu coração para cumprir os teus decretos até o fim. Eu amo os teus mandamentos mais do que o ouro, mais do que o ouro puro. Os meus perseguidores aproximam-se com más intenções; mas estão distantes da tua lei. Tu, porém, Eterno, estás perto e todos os teus mandamentos são verdadeiros. Os que amam a tua lei desfrutam paz, e nada há que os faça tropeçar. Obedeço aos teus testemunhos; amo-os infinitamente! Anseio pela tua salvação, Pai Eterno, e a tua lei é o meu prazer."

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A Torah (Pentateuco) não é impossível de cumprir

Diferente do que ensinam, a Torah (Pentateuco) não é impossível de cumprir, o próprio Eterno disse isso, veja:
"Vocês obedecerão de novo ao Eterno e seguirão todos os seus mandamentos que lhes dou hoje.
Então o Eterno, o seu Pai, abençoará o que as suas mãos fizerem, os filhos do seu ventre, a cria dos seus animais e as colheitas da sua terra. O Eterno se alegrará novamente em vocês e os tornará prósperos, como se alegrou em seus antepassados, se vocês obedecerem ao Eterno, ao seu Pai, e guardarem os seus mandamentos e decretos que estão escritos neste Livro da Lei, e se se voltarem para o Eterno, para o seu Pai, de todo o coração e de toda a alma.
O que hoje lhes estou ordenando não é difícil fazer, nem está além do seu alcance.
Não está lá em cima no céu, de modo que vocês tenham que perguntar: 'Quem subirá ao céu para consegui-lo e vir proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?'
Nem está além do mar, de modo que vocês tenham que perguntar: 'Quem atravessará o mar para consegui-lo e, voltando, proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?'
Nada disso. A palavra está bem próxima de vocês; está em sua boca e em seu coração; por isso vocês poderão obedecer-lhe." [grifos meus] Dt30.8-16

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Fora do sistema

Up. Publicado originalmente em 25/mai/2010

Saindo de Roma, indo para Jerusalém. Quanto mais tempo estou fora do sistema, mais descubro que fiz a escolha certa. Apenas tenho cuidado para não trocar seis por meia dúzia ou uma jaula pela outra.

"Um número crescente de pessoas está deixando a instituição igreja por uma nova razão. Elas não estão partindo porque perderam sua fé. Estão deixando a igreja para preservar sua fé." Reggie McNeal, citado por Neil Cole, em Igreja orgânica

"Se você é um desses raros indivíduos que congrega com outros cristãos à margem do cristianismo organizado, você redescobrirá que não apenas as Escrituras, mas também a História está a seu lado." Frank Viola, em Cristianismo pagão?

"Saiam dela, vocês, povo meu, para que vocês não participem dos seus pecados, para que as pragas que vão cair sobre ela não os atinjam!" Apocalipse18.4

"A liberdade pode ser ameaçadora para quem encontra segurança num sistema religioso fechado." Wayne Jacobsen e Dave Coleman

"Meus piores momentos fora da religião institucional são, ainda assim, melhores do que meus melhores dias dentro dela." Jacobsen e Coleman

"Não é de se admirar que os pastores se pareçam cada vez menos com imitadores de Cristo e cada vez mais com animadores de festas." Alan Capriles

"A religiosidade talvez seja a forma mais sutil de endemoninhamento do cristão." Alcione Emerich

"O Cristianismo não destruiu o paganismo, mas o adotou." Will Durant

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Não neguei o Eterno...

Editado. 1a edição publicada em 22/12/2010

... mas NÃO sou evangélica, NÃO tenho religião, NÃO tenho igreja, NÃO tenho líder religioso humano. NÃO sigo cristianismo, judaísmo, muito menos o "paulinismo" dos cristãos (Cristianismo ou paulinismo? PELA graça ou DE graça?). Estou fora do sistema religioso, em completa desconstrução. Continuo crendo em YHWH, o Eterno, mas não uso o nome pagão para falar sobre ele. Não sou de Apolo, nem de Paulo, muito menos de Lutero. Sou discípula do Eterno e sigo a Torah.

Estou aprendendo a obedecer à Torah (Pentateuco), a obedecer a TODOS os mandamentos e estou fazendo teshuvah. Também não comemoro festas pagãs. Eu só celebro as festas bíblicas, como diz em Levítico 23: "Disse o Eterno a Moisés: ‘Diga o seguinte aos israelitas: Estas são as minhas festas, as festas fixas do Eterno, que vocês proclamarão como reuniões sagradas. [...]", "Este é um DECRETO PERPÉTUO para as suas gerações, onde quer que morarem." (leia todo o capítulo, grifo meu), e como diz Levítico 18.3: "Não procedam como se procede no Egito, onde vocês moraram, nem como se procede na terra de Canaã, para onde os estou levando. Não sigam as suas práticas."

Sou sem-religião, mas minha vida é pautada pelos princípios bíblicos e sigo SOMENTE o que está na Torah e não doutrinas humanas.

E por que não sou mais evangélica? Porque o ser humano complica tudo. E complicou o evangelho, que era tão simples. Ou melhor, inventaram outro evangelho. Os evangélicos rasgaram metade do que chamam de Velho Testamento, só seguem o que interessa. Eles dizem que seguem Jesus, mas Jesus nunca aboliu a Torah, a Lei (Pentateuco). Ele NUNCA trocou sábado por domingo, e nem disse CLARAMENTE que não deveríamos guardar o sábado. Enfim, é o que vivo perguntando, onde está escrito isso? E se não é para guardar o sábado (só um exemplo, porque há muitos outros mandamentos que não são seguidos), então não deveriam pregar obediência aos outros mandamentos, e na lógica deles então poderia matar, roubar, adulterar etc. É essa incoerência que não engulo mais. Ou obedece tudo, ou então rasga todo o Velho Testamento e joga fora, e não só metade.

E também vejo que o evangelho dos evangélicos é o evangelho de Paulo (ou o que deturparam dele), e não o de Jesus. E entre Paulo e o Eterno/Torah, fico com o Eterno, e devo guardar os seus mandamentos, TODOS, e não apenas os que me agradem.

Eu não neguei o Eterno, muito pelo contrário, querendo cumprir a Torah, eu o entendo cada dia mais e me sinto realmente livre, porque antes não sentia essa liberdade, faltava alguma coisa. Hoje entendo que não adianta seguir o Eterno e não obedecer a todos os seus mandamentos. As duas coisas devem caminhar juntas.

Por isso não sou mais evangélica, porque os evangélicos acham que não precisamos obedecer a todos os mandamentos, e eu não vejo isso na Bíblia. Eles rejeitam as festas bíblicas, mas fazem festa junina. Tô fora disso, com certeza.

Jesus, que eles dizem seguir, guardava o sábado sim, seus discípulos também, e Paulo também. Mas a leitura com a lente dos evangélicos deturpou isso. O que Jesus condenava era o exagero da Lei, era usar a Lei como desculpa para não fazer o bem, para ajudar alguém. A Lei é simples, mas os religiosos queriam ser mais santos que a Torah, e inventavam regras que não estão escritas e que são jugo e fardo para as pessoas. Foi isso que ele combateu o tempo todo, mas não aboliu um só mandamento.

E se está pensando que estou generalizando, sinto muito, impossível não fazer isso, não há religião, nem igreja evangélica ou outra qualquer que siga somente a Torah, nada mais que a Torah. Se houvesse, eu voltaria a frequentar, mas não há. Todas as religiões seguem só um pedacinho, e o resto é regra humana, todas seguem somente o que interessa, e desprezam o resto, e para completar, inventam outras regras que não estão na Torah. E eu escolhi seguir somente o que a Torah diz.

E escrevo do que tenho vivido e pesquisado, e escrevo para as pessoas que estão com essas dúvidas no coração, como eu tinha, para que elas vejam que há uma saída, que não estão malucas e que não são problemáticas, como os líderes religiosos gostam de falar dos que questionam as práticas não-bíblicas deles e perguntam porque não guardam o sábado, por exemplo.

O sábado é só um exemplo, há vários mandamentos rejeitados pelos evangélicos, como as festas bíblicas, a alimentação. Eu escolhi aprender a obedecer a todos, e não só alguns, e decidi ficar somente com a Torah, e não com regras humanas, nem interpretações humanas. E continuo dizendo que se houver meio versículo dizendo que o Eterno aboliu parte da Torah, CLARAMENTE, tudo bem, eu me rendo, mas como não há, permaneço firme em obedecer ao Eterno, guardando todos os mandamentos que são possíveis de obedecer na diáspora. O desafio do MEIO versículo continua. Alguém?

Não uso o nome que considero pagão, Deus, eu uso os nome Eterno, ou o tetragrama YHWH, por não ter certeza do seu nome verdadeiro, e na dúvida prefiro não usar nenhum nome. Mas uma coisa eu realmente não aceito, que é qualquer coisa no chamado Novo Testamento que negue a Torah. Se há controvérsia, fico com a Torah, a Lei não foi abolida, nada foi abolido, não há nada escrito sobre isso, só interpretação humana, então se há alguma discordância, fico com a Torah, e coloco na conta dos tradutores e alterações feitas de propósito. E não sigo judaísmo, nem cristianismo, isso deixo sempre claro, não sigo religião, sigo apenas a Torah, o Pentateuco, por isso falo muito mais da Torah, porque é um resgate que estou fazendo nesse momento de teshuvah, estou resgatando o que me foi roubado, por isso falo muito da Torah, bato muito nessa tecla, porque ela não foi abolida e quero obedecer, quero retornar à origem e resgatar o que foi perdido, preencher uma lacuna que me foi impedida de viver, então estou resgatando isso, cumprindo os mandamentos, guardando os sábados, não comendo porcarias, observando apenas as festas que o Eterno mandou e não festas pagãs, e tentando obedecer ao que nos é possível na diáspora.