Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Sorria

“Não muito longe de nossas cidades cinzentas
Há céus tão claros e azuis,
Há praias, há vales,
Onde o sol suave ilumina sobre você.

Então, conte seu jardim pelas flores,
Nunca pelas folhas que caem,
Conte seus dias pelas horas douradas,
Não se lembre das nuvens de modo algum.

Conte suas noites pelas estrelas, não pelas sombras.
Conte sua vida pelos sorrisos, não pelas lágrimas.
E com alegria, durante toda sua vida,
Conte sua idade pelos amigos, não pelos anos.”

(autor desconhecido)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Primeiro mês do ano

"O Eterno disse a Moisés e a Arão, no Egito: 'Este deverá ser o primeiro mês do ano para vocês'." Êxodo 12.2

"Estas são as festas fixas do Eterno, as reuniões sagradas que vocês proclamarão no tempo devido: a Páscoa do Eterno, que começa no entardecer do décimo quarto dia do primeiro mês." Levítico 23.4,5

[grifos meus]

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Fim do mundo

Para constar, eu não acredito no fim do planeta Terra, mas acredito e espero que seja logo o fim desta era de violência, de injustiça, de podridão, é esse "mundo" que espero que acabe logo. Anseio pelo estabelecimento do Reino do Eterno aqui na Terra.

E não acredito na ideia de morar no Céu, conforme escrevi aqui.

Ah, mas eu acredito em movimento de precessão da Terra, e pode ser que dia 21 seja mesmo um marco do movimento. Também acredito que dia 21 pode ser um marco de mudanças, o início de uma nova era, sei lá, talvez sejam mudanças só no nível espiritual, podemos nem perceber. E que venha o fim do mundo.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Dica de leitura: Três histórias

"Lendo sobre os 10% de verdade, minha amiga Ana me mandou a história dos cegos e o elefante, e eu me lembrei da história da árvore e as quatro estações e também do mito da caverna (vídeos no final), de Platão. As três ilustram bem sobre ver uma parte X ver o todo." Continue lendo.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Dica de leitura: A verdadeira história do Natal

Up. Publicado originalmente em 24/dez/2010

A verdadeira história do Natal

"A humanidade comemora essa data desde bem antes do nascimento de Jesus. Conheça o bolo de tradições que deram origem à Noite Feliz

Roma, século 2, dia 25 de dezembro. A população está em festa, em homenagem ao nascimento daquele que veio para trazer benevolência, sabedoria e solidariedade aos homens. Cultos religiosos celebram o ícone, nessa que é a data mais sagrada do ano. Enquanto isso, as famílias apreciam os presentes trocados dias antes e se recuperam de uma longa comilança." Continue lendo.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A FÉ é o ópio do povo

Disseram que a religião é ópio do povo, e eu acredito nisso, mas estou começando a pensar que o verdadeiro ópio do povo é a FÉ.

Esse povo acredita em tudo que ouve pelos corredores e na TV, acredita em tudo o que lê nas redes sociais. E saem divulgando correntes, falando com os amigos ou postando no Face. Não pesquisam, não investigam, mas acreditam e saem divulgando a mentira. Uma simples busca no Google pode mostrar que a notícia é falsa e pior ainda, é muito velha.

As pessoas não percebem o jogo de interesses por trás de certas denúncias. Quando muitas pessoas começam a compartilhar uma denúncia sobre algum produto, deveriam pelo menos perguntar se não foi o concorrente que plantou aquela notícia.

E também acreditam em tudo que os jornais publicam, não desconfiam de nada, simplesmente acreditam, não questionam nada. E se o jornal tem interesse na notícia e plantou uma nota falsa? Acho que a maior herança de Chatô foi o seu jeitinho para conseguir anúncios no seu jornal (do livro CHATÔ - O REI DO BRASIL, de Fernando Morais). Diz o livro que quando uma grande empresa não queria anunciar, Chatô plantava notícias falsas sobre ela, e o jornal rapidinho conseguia o anúncio. E o povo acreditando.

Realmente é muita fé. E fé demais não cheira bem.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Perdi a fé em quase tudo, menos no Eterno

Up. Publicado originalmente em 29/ago/2011

Com P.S.

Impossível comer salsicha depois que vi como ela é feita!

Na época em que comia embutidos, ou melhor, salaminho era o único que eu gostava, um amigo engenheiro químico vivia me dizendo: "Se você soubesse como isso é feito, não comeria." Sempre fui meio como o detetive Monk, da série da TV, mas mesmo assim continuava comendo, apesar de sempre lembrar de suas palavras. Enfim, hoje não como nada dessas coisas, nem salaminho, porque comecei a praticar a alimentação bíblica. E um dia assisti a um documentário na TV e foi horrível, realmente vi como os embutidos são feitos. Que nojo, e eu comia aquilo! Não gosto nem de lembrar.

Mas um dia também entendi que a expressão "ver como a salsicha é feita" pode-se aplicar a outras situações. Li um texto que falava exatamente disso, em que o autor explicava porque saiu do sistema religioso e no final ele dizia que viu como a salsicha é feita.

E isso é a mais pura verdade. Eu também vi muito de perto como a salsicha é feita nos bastidores religiosos, porque não fui uma "esquentadora de banco", sempre estive no meio da liderança e conheço o processo. Também conheço os bastidores da educação, já trabalhei no sistema público e no privado. E assim fui perdendo a fé nos sistemas.

Enfim, impossível comer salsicha depois que vi como ela é feita!

Por isso perdi a fé em todo e qualquer sistema. Perdi a fé no sistema religioso, e tenho falado nisso e ainda vou falar mais em vários textos deste livro.

Perdi a fé na política e nos políticos. Não acredito que alguém possa resolver os problemas do mundo. Até porque o mundo precisa estar muito, muito, muito ruim, para que o povo queira muito um salvador e assim o falso messias aparecerá como esse "salvador" e vai conseguir enganar o povo sedento de soluções e milagres. Em consequência da minha incredulidade anulo sempre o meu voto. Não vou fazer aliança com nenhum humano e muito menos com um sistema em que não acredito. Sou a favor da monarquia e estou aguardando o meu Rei chegar.

Enquanto isso continuo orando pelo meu país, meu estado, minha cidade, meu bairro... Não amaldiçoo as autoridades e não falo nada contra elas. Apenas oro e procuro orar segundo a vontade do Eterno, tenho muito medo de orar contra a vontade dele, por isso não participo mais de grupos de oração pela nação e nem das correntes que recebo por correio eletrônico, pedindo para orar para que um religioso seja eleito. Minha oração é que a vontade do Eterno seja feita, apenas isso.

Perdi a fé no sistema educacional. Estive lá dentro e sei que está falido. E tem que ser assim, o povo, a massa, não pode ser bem alfabetizada, não pode ter instrução, não pode ter pensamento crítico, para poder ser manipulado pelo sistema e acreditar no falso messias, quando ele assumir o poder. Como diz minha amiga, as pessoas estão como se zumbis tivessem comido seu cérebro.

Perdi a fé no futebol. Bem, nunca fui torcedora de verdade, mas na Copa do Mundo eu virava torcedora, comprava roupas e acessórios, assistia aos jogos. Mas um dia perdi a fé completamente. Tenho quase certeza de que os resultados são combinados e é tudo um grande teatro. Hoje só acredito em resultado de uma pelada de amigos na esquina de casa.

P.S.: E principalmente perdi a fé no ser humano, especialmente perdi a fé nos religiosos, que falam tanto de amor, mas o que tenho experimentado é a crueldade da parte deles. Desde que passei a pregar arrependimento e mais ainda depois que abandonei o sistema religioso, tenho sido vítima da inveja, do ódio, de fofocas e mentiras, e da maldade dos religiosos. E o mais triste de tudo é que fui testemunha da crueldade de alguns líderes religiosos, junto com algumas de suas "ovelhas", que se uniram para atingir uma pessoa que saiu do sistema e o resultado foi uma criança de dois anos ser prejudicada a ponto de passar fome. E mesmo depois de terem sido confrontados, nunca se arrependeram, nunca reconheceram que erraram, e nunca restituíram o que roubaram dessa criança. Ouvi de alguns que "não fizeram nada". Que amor é esse? Não acredito mais no ser humano, perdi a fé nessa raça. Como diz o ditado, gato escaldado tem medo de água, e vítima de inveja e crueldade também.

É, sou uma incrédula, não acredito em sistemas humanos, perdi a fé em quase tudo.

Só não perdi a minha fé no Eterno, pelo contrário, quanto mais perco a fé no mundo e no ser humano, mais aumenta a minha fé no Criador.

Obs.: Para quem está querendo saber do sentido literal, ou seja, como a salsicha é feita, este texto está bem interessante ou assistam o vídeo abaixo. Aqui em casa, além da alimentação bíblica, estamos evitando produtos industrializados, então, ainda que não houvesse a possibilidade de ter carne de porco, não compraríamos por conter muita química.



sábado, 3 de novembro de 2012

Experiência X Argumentos

“A experiência que tive nos momentos de comunhão com o Eterno tornou repulsivas todas as coisas que não estavam de acordo com Ele.” Frank Laubach

"O homem que tem uma experiência nunca ficará à mercê daquele que só tem argumentos." Tommy Tenney

"Então, eu tive aquele encontro com o Eterno do qual nunca me recuperei". Tommy Tenney

“...uma coisa eu sei: Eu era cego, e agora vejo!” (João 9.25b)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Dica de leitura: Revolução

Não é tempo de reforma.
É tempo de restauração, de retorno às raízes, ao original, é tempo de teshuvah.

Up. Publicado originalmente em 13/jan/2009

Cansado da igreja? Encontre uma fé vibrante além das paredes do santuário

Com o subtítulo acima e o título Revolução, o novo livro de George Barna, lançado no Brasil em março, afirma que tem muita gente que desistiu deste atual modelo de igreja local caracterizada por um panorama de estagnação espiritual e relacionamentos superficiais. Pesquisa do Instituto Barna constata essa tendência entre os cristãos norte-americanos, mas a maioria de suas observações também pode ser aplicada à realidade brasileira. Os números da pesquisa nos Estados Unidos revelam que, ao serem perguntados sobre como experimentam e expressam a sua fé, ou seja, sobre quais os principais meios de experiência e expressão espiritual, há uma forte tendência de mudança da ênfase na igreja local para uma “comunidade alternativa baseada na Fé” ou para meios baseados na “mídia, artes, cultura”.

Segundo o editor brasileiro, Oswaldo Paião, da Abba Press, Barna e sua equipe descobriram uma informação que, apesar de ser fruto de observação de uma realidade, tem despertado polêmica, e cuja divulgação tem desagradado a inúmeros pastores: “a Igreja está passando pela maior revolução de nossa época. Multidões de cristãos sérios estão abandonando as formas tradicionais da igreja... Mas, apesar disso, querem ser a Igreja de Jesus Cristo. Eles estão deixando de comparecer às tradicionais “escolas dominicais” ou “cultos matinais” para buscar uma forma mais autêntica de ser Igreja; livre do formalismo e das cobranças burocráticas de um tipo de igreja que vive para organizar programas e dar show”. Agência Soma.

"Um cristão revolucionário é aquele que sua vida reflete os ideias e princípios que caracterizam a vida e propósito do Messias que avançam o Reino do Eterno. [...] Ele é um exemplo típico de uma nova geração de discípulos do Messias. Eles não estão discpostos a tomar parte de jogos religiosos, nem interessados em participar de uma comunidade religiosa que não esteja deliberada e agressivamente fazendo avançar o Reino dos Céus. São pessoas que desejam mais do Eterno - muito mais - em suas vidas. E estão fazendo o que for necessário para obter isso.

Estes revolucionários são seguidoras dedicadas do Messias e sérias quanto à sua fé. Algumas delas pertencem a uma igreja congregacional, mas muitas não. A chave para compreender os revolucionários não é qual a igreja que frequentam, ou sequer se frequentam alguma igreja. Em vez disso, é a sua completa dedicação à ideia de serem completamente messiânicos ao visualizarem cada momento da vida mediante uma lente espiritual e tomarem cada decisão à luz de princípios bíblicos. Trata-se de indivíduos determinados a glorificar ao Eterno dia a dia através de cada pensamento, palavra e ato em suas vidas.
O dicionário Webster, que não costuma sucumbir à pressão social para exagerar, definiu revolução como 'a derrubada ou repúdio, assim como a substituição completa de um governo ou um sistema político estabelecido pelo povo governado'. Ele acrescenta que uma revolução pode ser também uma 'mudança radical e abrangente na sociedade e na estrutura social'.
Webster está descrevendo adequadamente a transformação que ocorre na espiritualidade hoje. Milhões de seguidores deicidados do Messias estão repudiando sistemas e práticas mornos da fé messiânica e introduzindo uma mudança total na maneira como a fé é compreendida, integrada, e está influenciando o mundo. Em vista dos seres humanos se tornarem e praticarem aquilo em que acreditam, é a maneira mais rápida e certa de gerar uma mudança duradoura e esta revolução de fé é a transição mais importante que você ou eu experimentamos durante a nossa vida." George Barna, em Revolução

domingo, 28 de outubro de 2012

Uma língua enorme e com orelhinhas bem pequenas

Não é tempo de reforma.
É tempo de restauração, de retorno às raízes, ao original, é tempo de teshuvah.

Up. Publicado originalmente em 25 de ago de 2009

"O sermão: a vaca mais sagrada do protestantismo – Elimine o sermão, e a liturgia protestante vem a ser nada mais que um show. Elimine o sermão e a frequência dos membros cairá para um dígito.
O sermão é o fundamento da liturgia protestante. Por quinhentos anos, funcionou como um relógio. Toda manhã de domingo, o pastor sobe no púlpito e entrega um discurso inspirador para uma audiência passiva que esquenta os bancos. O sermão é tão central que muitos cristãos vão à igreja por causa dele. Na verdade, todo o culto é julgado pela qualidade do sermão. Pergunte a alguém como foi a igreja no último domingo e provavelmente receberá uma resposta descrevendo a mensagem. Resumindo, o pensamento cristão contemporâneo considera o sermão como sendo a mesma coisa que o culto dominical. Mas isto não acaba aí.
Elimine o sermão e você terá removido a fonte mais importante de alimentação espiritual para um número incontável de crentes (pelo menos é assim que se imagina). E a realidade chocante é que o sermão de hoje não tem raízes nas Escrituras. Mais do que isso, é emprestado, recuperado e adotado da cultura pagã para a fé cristã. Esta é uma afirmação alarmante, não é? Mas existe mais.
O sermão, na verdade, difama o propósito que o Eterno designou à igreja. E isso tem muito pouco a ver com o crescimento espiritual genuíno.
Como o sermão prejudica a igreja – Embora venerado por cinco séculos, o sermão convencional tem contribuído, nas mais variadas formas, para a degradação da igreja. Primeiramente, o sermão faz com que o pregador tenha um desempenho artístico no culto eclesiástico. Como resultado, a participação da congregação fica obstaculizada (na melhor hipótese) e excluída (na pior hipótese). O sermão degenera a igreja um auditório, um grupo de espectadores mudos, presenciando um evento. Não há espaço para interromper ou questionar o pregador, enquanto profere seu discurso. O sermão congela e aprisiona o funcionamento do Corpo do Messias. Promove um sacerdócio dócil ao permitir que os homens do púlpito dominem a reunião da igreja semana após semana.
Em segundo lugar, o sermão estanca o crescimento espiritual. Pelo fato de ser uma ‘mão de uma só via’, encoraja a passividade. Debilita a igreja, enfraquecendo seu funcionamento. Sufoca o ministério mútuo. Abafa a participação aberta. Faz o crescimento espiritual do povo do Eterno declinar.
Em terceiro lugar, o sermão conserva a mentalidade do clero antibíblico. Cria uma dependência patologia e excessiva do clero. O sermão faz do pregador um especialista em religião – o único que tem algo digno e valioso a dizer. Trata todos os demais como cristãos de segunda categoria – esquentadores de banco silenciosos. (Embora isso não expresse o geral, é a realidade).
A liturgia protestante deforma o Corpo do Messias. Torna-se num corpo de uma língua enorme (o pastor) e com orelhinhas bem pequenas (os membros)."

Trechos de Cristianismo pagão? (Frank Viola e George Barna)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Momento nostalgia

A Arte de ser feliz
(Cecilia Meireles)

Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa, e sentia-me completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam as flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz.

Houve um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não a podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, e às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.

Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um jardim quase seco. Era numa época de estiagem, da terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam o muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho no ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes um galo canta. Às vezes um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. Eu me sinto completamente feliz.

Mas quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Redimindo a Disney

Up. Publicado originalmente em 24/jun/2010

Uma reflexão que fiz quando comecei a estudar esses assuntos de desenhos animados e filmes foi sobre a Disney.

Tenho notado que o “ministério cabelo em ovo” coa um mosquito e engole um camelo. Nunca recebi um email pedindo para não assistir Ben 10 ou outro “super-herói”. Também nunca vi protestos contra uma novela comum da TV. Mas recebi várias mensagens de líderes recomendando que o povo não assistisse à novela Caminho das Índias. E é assim sempre que aparece uma novela que fala do mundo espiritual, os líderes não deixam as pessoas assistirem.

E foi aí que liguei o desconfiômetro. Uma das minhas teses é que se os religiosos estão falando mal de alguma coisa, se estão perseguindo, vou investigar. Normalmente se eles não gostam é porque dever ter alguma coisa boa para aprender.

O assunto não é Caminho da Índias, mas quem não viu, perdeu. Tirei muita reflexão boa da novela e fiquei muito indignada em constatar que fomos roubados de várias práticas boas que eles têm, como ter cuidado com o que fala e usar as palavras para abençoar as pessoas. E o que foi aquele casamento? Lógico que ignorando a parte religiosa, o casamento deles é lindo demais, é uma festa de verdade, muita alegria. Os nossos comparados aos deles parecem velórios. Fomos roubados.

As pessoas não assistiram à novela Caminho das Índias, mas assistem às outras que acham que não têm nada demais: só divórcios, brigas, gritarias, pornografia, imoralidade, assassinatos etc etc. Já vi líder de intercessão não querer ir a um encontro de amigos porque era o último capítulo da novela. Mas Caminho das Índias ela não viu. Fazer o quê? Só lamento por ela, perdeu uma grande aula de guerra espiritual.

Então volto à Disney. Todos nós já ouvimos alguém falando mal da Disney, já lemos sobre os boicotes que os evangélicos dos Estados Unidos promovem, já vimos palestras sobre as mensagens subliminares, as imagens ocultas nos desenhos. É, eu também caí nessa.

Mas aí veio a história do Procurando Nemo e depois vi Carros, e depois vi Nárnia. E fui percebendo que os filmes eram ótimos, que as mensagens eram positivas e que os religiosos me enganaram. Comprei todos esses filmes, assisti a todos umas trocentas vezes, sei as falas de cor, me emociono e rio das tiradas inteligentes. E como já disse, mudo o quadro ou tiro o som das cenas de feitiçaria.

Um episódio que me marcou aconteceu com uns amigos religiosos que não tinham visto Nárnia porque é da Disney, mas eles nem sabiam que o livro Crônicas de Nárnia foi escrito por C.S. Lews. Eles não conheciam nada sobre o filme... porque era da Disney.

Enfim, queimam a Disney na fogueira, mas assistem Ben 10 e todos os outros desenhos e filmes horrorosos que existem por aí. Quem entende?

Enquanto o povo fala mal da Disney, vi muitas crianças nas igrejas com seus brinquedos com temas de desenhos na mão, com suas roupas e sapatos dos seus personagens preferidos, com seus monstrinhos, e fazendo suas festinhas de aniversário com esses temas.

Para mim a Disney foi redimida. Assisto, compro os DVDs e gosto muito dos filmes que eles têm feito. Faço a minha seleção, lógico, como seleciono tudo que assisto e ouço.

E estamos contando os dias para a estreia de Nárnia 3.
(P.S.: É, eu sei que a Disney não está no grupo do terceiro filme).

P.S.: Em Pessach (Páscoa) do ano passado queria um filme sobre Moisés para assistirmos em casa com meu sobrinho e lembrei do Príncipe do Egito (Não é da Disney, mas é "secular"). Comprei o DVD e meu sobrinho amou o filme e virou um de seus preferidos, e enquanto assistíamos, eu ia contando a história para ele e comentando sobre as licenças poéticas do filme, mas que não comprometiam a história.

Ensina a criança... Ele tinha dois anos e foi a uma célula de crianças. Um amiguinho estava comendo biscoitos (ou melhor, isopor, argh) e oferece. Ele vê no pacote do biscoito a figura de um monstrinho de desenho animado que aprendeu que não era de Papai do Céu. Aí ele diz: "Não, é feio". E não quis comer o biscoito. Meu herói.

Leia também:
Sobre desenhos animados, filmes e mensagens subliminares

sábado, 20 de outubro de 2012

Título não é nome próprio

Up. Publicado originalmente em 4/mar/2010

Mas tem gente que pensa que é. Vai se apresentar e diz: “Meu nome é pastor Fulano de Tal”. No cartão de visita o nome está com o título na frente. No endereço eletrônico também. E ainda coloca o título com inicial maiúscula.

Eis a questão: se título não é nome próprio, então deus também não é. Sei que há uma grande polêmica sobre o significado dessa palavra e para mim o que vale é o significado original da palavra, mas nesse caso vamos considerar que o significado de deus seja o que popularmente se condicionou, ou seja, divindade.

Então se deus é título e não nome deveria vir acompanhado do nome de alguém ou de uma característica que o identifique. O correto seria dizer deus A, deus B, deus com inicial minúscula, lógico, porque não é nome próprio.

Ainda que continuem usando a palavra deus para identificar o Eterno, deveria ser acompanhada de uma identificação, por exemplo deus Eterno, deus de Abraão, deus de Isaac. Porque quando se fala apenas deus, não sabemos a que divindade está se referindo. Há muitos deuses por aí e é melhor esclarecer e não fazer confusão, principalmente na oração ou quando invocar um deles.

E essa história que inventaram de escrever deus com inicial maiúscula para diferenciar o Eterno dos outros deuses é pura enganação. Na escrita pode até ter um efeito, mas na língua falada não há diferença alguma.

Pior ainda quando falam "nosso deus". Eu sei quem é o meu deus, mas e o da pessoa que fala posso não saber. "Nosso deus" sem identificar qual deus? Nosso, não.

E você, sabe qual é o seu deus?

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Tudo é culpa de 'Deus'

Quando comecei a estudar e falar sobre libertação, uma das frases que mais ouvia era: “Esse povo de libertação diz que tudo é culpa do diabo, isso tira a responsabilidade dos homens sobre seus atos”. Claro que esse é o argumento de quem nunca leu um livro sobre o assunto, é a frase de quem não-comeu-e-não-gostou. Quem pensa assim passa atestado de ignorância, porque libertação séria é exatamente ao contrário, mostra que as coisas acontecem como consequência dos nossos atos e não porque o "diabo" resolveu atacar sem motivo.

Mas passei a observar que os religiosos que criticam libertação dizem que tudo é culpa de Deus, porque tudo é da “vontade de Deus”, e também tiram a responsabilidade dos homens sobre suas escolhas. Assim, se acontece uma tragédia, como uma enchente ou tromba d’água, dizem que foi Deus que mandou, permitiu ou coisa parecida. E eles insistem em dizer que Deus não castiga, apesar de a Bíblia dizer isso várias vezes. Se a pessoa fica doente, “é a vontade de Deus”, se fica curada, “Deus é fiel”. Se morre, “Deus quis assim”. E por aí vai.

Afinal, quando vai ser culpa do homem? Quando vamos assumir que a guerra é nossa, que os problemas são criados por nós, que nosso pecado traz consequências?

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Aos mestres, com carinho

"Um professor sempre afeta a eternidade. Ele nunca saberá onde sua influência termina." Henry Brooks Adams

"O professor medíocre conta. O bom professor explica. O professor superior demonstra. O grande professor inspira." William Arthur Ward

'Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” Cora Coralina

“Mestre não é quem ensina, mas aquele que, de repente, aprende.” Guimarães Rosa

"Instrua o homem sábio, e ele será ainda mais sábio; ensine o homem justo, e ele aumentará o seu saber." Pv9.9

"Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles." Pv22.6

"Não abandone a sabedoria, e ela o protegerá; ame-a, e ela cuidará de você." Pv4.2

"Prefiram a minha instrução à prata, e o conhecimento ao ouro puro, pois a sabedoria é mais preciosa do que rubis; nada do que vocês possam desejar compara-se a ela." Pv8.10,11



sábado, 13 de outubro de 2012

Em busca de toda a verdade e não parte dela

Up. Publicado antes em 07/05/2010

Nesse processo de desconstrução e teshuvah que estou vivendo descobri algumas coisas interessantes sobre a verdade e gostaria de compartilhar uma com vocês.

Nas nossas leituras, pesquisas e muita conversa com o Eterno, percebemos que a verdade foi espalhada pelos vários grupos religiosos, cada um tem uma parte pequena da verdade. Como assim?

Por exemplo, alguém no passado teve a revelação de 10% da verdade e isso começou a aquecer seu coração. Então ele criou um grupo para ensinar a revelação que teve, mas ela não é toda a verdade, é apenas 10%. Como ele não tem os outros 90% da verdade (eu que acho que é assim), ele inventa um monte de regras e fórmulas humanas – e muitas inspiradas pelo inimigo. E assim foram criados vários e vários grupos religiosos. Cada um tem uns 10% da verdade, mas não tem humildade para reconhecer os 10% de cada um dos outros grupos e assim completar os 100%.

E a parte cômica e trágica disso é que cada um passou a se achar o dono de toda a verdade e dizer que os outros são hereges, seitas etc etc.

Por isso hoje não me encaixo em nenhum desses grupos religiosos e nem quero criar um outro grupo. Simplesmente estou em busca da verdade por completo e quero montar o quebra-cabeça. Quero encontrar todas as partes espalhadas. Não quero apenas 10% de verdade e 90% de mentira. Quero 100% da verdade.

Quero conhecer de fato a verdade e ser liberta de verdade. Cada vez mais livre.

Amando ser livre.

Leia também:
Trocar seis por meia dúzia ou uma jaula pela outra

Um dos muitos motivos que me levou a sair do sistema foi observar que as pessoas trocam seis por meia dúzia e uma jaula pela outra. Ficam livres de uma prisão, mas constroem outras prisões. Criam novas "leis" humanas e ficam paralisadas.

Infelizmente os líderes se fecham em apenas uma visão. Por exemplo, se um líder tem uma revelação nova, que não é aceita pelo ministério em que ele está, normalmente ele sai e monta seu próprio ministério em cima daquela visão que recebeu. O ministério começa a crescer, vem a necessidade de estrutura, de cargos. E o tempo passa.

E então, em um belo dia, um líder de outro ministério tem uma nova revelação e tenta compartilhar com aquele líder. O primeiro deveria ser humilde e somar as duas visões. Mas não, ele rejeita e diz que a nova revelação é heresia e não é de "Deus".

E assim acontece com vários líderes. Um descobre o ministério de libertação e fica só naquilo. Outro começa no processo de restauração das raízes bíblico-judaicas, mas para no meio do processo e também fica só naquilo. Quando aceitam uma coisa, rejeitam a outra.

Nós queremos o todo, não queremos só uma parte das revelações. Queremos libertação, restauração das raízes, discipulado e tudo mais que o Eterno nos trouxer. E sabemos que há mais, muito mais. Nós queremos tudo, não queremos rejeitar nada que o Pai tem para nós.

Concordo com Rick Joyner. Não pode ficar parado na onda que já passou, ou seja, ficar encalhado na areia. Tem que pegar a próxima onda...

Dica de leitura: Por que você não quer mais ir à igreja?

Up. Publicado originalmente em 5/nov/2009


Da série gostaria de ter escrito e mais ainda, poderia trocar os nomes e alguns detalhes da história e seria a minha história.
De forma simples e profunda o livro traz respostas para quem está insatisfeito com o sistema e quer mais do Eterno. Ele indica o caminho e mostra como é libertador sair do jogo do sistema.
Recomendo a leitura com a experiência de quem está vivendo exatamente o que a história do livro conta. Saí do sistema e posso dizer como o personagem: "posso verdadeiramente afirmar que esta é a vida que meu coração sempre andou buscando. [...] Seguir o Eterno todos os dias! Por mais assustador que possa parecer, há nisso uma autêntica liberdade".

Leia mais uns trechos:

"Sei que não é fácil. Mas não é porque as pessoas dizem uma coisa que ela tem que ser assim. O Messias está ensinando você a viver livremente. Alguns acharão isso assustador, assim como você mesma às vezes acha. O sistema precisa destruir aquilo que não consegue controlar. [...] Estou me referindo ao sistema da obrigação religiosa, sejam quais forem as formas que ele assume para escravizar as pessoas. Mas isso não é o mesmo que ser contra a instituição. Há muita gente nas instituições que é amada pelo Pai, e ele continuará atraindo-as para a sua vida tal como faz com você. Enquanto você reagir ao sistema, ele o estará controlando."

"A liberdade pode ser ameaçadora para quem encontra segurança num sistema religioso fechado."

"Meus piores momentos fora da religião institucional são, ainda assim, melhores do que meus melhores dias dentro dela."

JACOBSEN, Wayne e COLEMAN, Dave. Por que você não quer mais ir à igreja?

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

As crianças, minhas heroínas

Up. Publicado originalmente em 2/maio/2010

Ele tinha dois anos e foi a uma célula de crianças. Um amiguinho estava comendo biscoitos (ou melhor, isopor, argh) e oferece. Ele vê no pacote do biscoito a figura de um mostrinho de desenho animado que aprendeu que não era de Papai do Céu. Aí ele diz: "Não, é feio". E não quis comer o biscoito. Meu herói.

Em uma festinha de aniversário. Os meninos jogavam futebol. Ela estava deitada na rede e um primo a empurrava. O primo pede a uma "tia" para empurrar a rede, porque ele queria brincar com os meninos e não podia ficar balançando a priminha. A tia atende ao apelo e começa a conversar com a menininha.
"Quantos anos você tem?"
"Cinco."
"Cinco!? Quando você fez aniversário?"
"Não sei."
"Não sabe que dia você faz aniversário?"
"Não. Mas sei o nome do 'plefeito'."
"Legal. Qual o nome dele então?"
A menina responde certinho.
"Muito bem."
"E sei contar de um a cinco em inglês."
"Uau."
'One, two, three, four, five. Tem até um desenho na TV que tem five no nome, porque são cinco."
Depois dessa, falar mais o quê? Nota DEZ para a garotinha.

Ela tinha nove anos, acho, e estava com uma espécie de bolinhas de alergia na barriga. A mãe orou e repreendeu a enfermidade. Mas de vez em quando a mãe pedia para ver como estava a barriga da criança. Depois de algumas vezes levantando a blusa durante o dia, ela vira para a mãe e pergunta: Você não orou? Então por que toda hora fica olhando? A mãe reconheceu a falta de fé e parou de fazer a verificação.

Ele tinha quase cinco anos. Estava com a garganta doendo. A família orou por ele. No dia seguinte alguém pergunta como está a garganta e ele prontamente responde: Está bem, não dói mais. Você orou e passou.

Ele tinha quatro anos e o pai resolveu que o filho precisava gastar energia. Então matriculou a criança em uma aula de capoeira. Depois de duas ou três aulas o filho chega em casa e diz: Pai, não quero mais fazer essa aula. Isso não é de Papai do Céu.

A difícil arte de educar uma criança

Up. Publicado originalmente em 19/jun/2010

Adulto: "Não beba este refrigerante, é um veneno."
Criança: "Eu já bebi e não morri."

A criança vai a um concerto de música clássica pela primeira vez, era uma apresentação de um quarteto de violoncelo. Depois do terceiro toque da sirene, o locutor agradece a presença da plateia, informa sobre a casa de cultura e outras do mesmo grupo e avisa que é proibido filmar ou fotografar o espetáculo. A criança ouve e registra. Na segunda música, uma senhora na fileira da frente ignora o aviso e começa a fotografar os músicos. O menino pergunta: "Tia, não pode fotografar, não é?" A tia responde: "É, não pode, mas ela não obedeceu". E o concerto prossegue. Mas a criança não se conforma e de repente dá um salto e se dirige à vovozinha transgressora: "Senhora..." É interrompido pela tia, que o segura pela cintura e arrasta o menino de volta à sua poltrona. Depois a tia explica que ele está certo, mas quem deveria repreender a senhora é o segurança ou responsável pelo evento. Difícil, né? Como querem que a criança obedeça, se os adultos fazem isso na frente delas? Uma simples ordem e a pessoa não consegue obedecer.

Os filhos querem colo... sempre!

"Na sexta feira, 12 de maio de 2011, uma amiga do meu filho pulou do 8º andar do prédio onde morava na Rua Emiliano Perneta. Era uma adolescente. Tinha acabado de almoçar, estava com o uniforme do Colégio Bom Jesus, e a mochila nas costas, o que indicava que iria para o colégio à tarde, pois nas quartas e sextas eles têm aula o dia todo. Foi um choque para todos os colegas!

Aí vem a pergunta: Por quê? Ela tinha apenas 15 anos. Que problemas uma menina de 15 anos pode ter? Fiz esta pergunta ao meu filho, e a resposta me deixou chocada...

Ele me disse:

_ Mãe, eu acho que era falta de colo.

Questionei:

_ Como assim?

E ele me disse:

- Hoje em dia, os pais trabalham praticamente o dia todo, sempre com a mesma desculpa de que querem dar aos filhos tudo aquilo que nunca tiveram e, na maioria das vezes, eles estão conseguindo. Eles estão dando um estudo no melhor colégio, cursos de idiomas, dinheiro para gastar no shopping, um computador de última geração pro filho ficar enfiado em casa durante o pouco tempo livre que sobra, roupas, tênis, celular, tudo muito caro, etc... E sempre cobrando da gente boas notas, pois estão investindo muito... Na maioria das vezes, os pais não têm mais tempo para os filhos, não conversam mais, não fazem um carinho...

Ele fez uma pausa. Eu estava boquiaberta com o que ele acabara de falar-me e meus pensamentos foram a mil. Mal comecei uma frase

_ Meu filho, você tem razão. É isso mesmo...

E ele me interrompeu dizendo:

_ Mãe, quando a gente chega em casa, o que mais a gente quer é o colo da mãe. Quando vai mal nas provas ou quando acontece alguma coisa ruim, a gente quer colo. Por que você acha que hoje tantos jovens são quase revoltados? Na maioria das vezes, eles estão querendo chamar a atenção, ser notados... Só que no lugar errado e de forma errada: na rua e com violência.

Dei um grande abraço em meu filho, beijei-o com muito carinho. E lhe disse:

_ Meu filho, espero que a morte da Joana não tenha sido em vão, pois quem sabe desta forma muitos pais vão repensar suas atitudes para com seus filhos!

Ele olhou-ne carinhosamaente e concluiu, antes de sair para a escola:

_ Não somos máquinas, mãe. Não somos todos iguais. Não é porque o filho da vizinha tira só dez que todos nós vamos tirar 10. Talvez, nem todos nós queiramos falar inglês!

Seus olhos cheios de lágrimas revelavam a dor que sentia pela morte da colega e, ao mesmo tempo, o quanto meu filho valorizava a nossa família. Já fora de casa, ele voltou correndo e me deu um forte abraço e me disse:

_ Mãe, obrigado por eu poder contar sempre com você nos maus momentos...E, obrigado, também, pelas broncas, pois sei que as mereço.

===========

Depois que ele virou a esquina, fechei suavemente a porta, pensativa e convencida de que o tempo e o amor são os melhores investimentos que podemos fazer pelos nossos filhos. O resto é consequência. Nada é mais importante que estes meios essenciais para a felicidade de nossos filhos. E, sem dúvida, só assim poderemos também ser felizes com a consciência tranqüila de ter cumprido bem a nossa missão de pais."
(Texto anônimo)

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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Se eles não querem obedecer, sinto muito, eu quero

Up. Publicado originalmente em 12/nov/2011

Conheço pelo menos duas pessoas que saíram do cristianismo católico e foram para o cristianismo evangélico porque leram Êxodo 20.3,4a: "Não terás outros deuses além de mim. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto." Seus olhos se abriram e viram que estavam sendo enganadas. Olharam para um lado e para o outro e perceberam que estavam no lugar errado, porque ali não se cumpria esse mandamento e então tomaram uma decisão e mudaram de religião.

Aconteceu comigo algo parecido, a diferença é que não troquei de religião, mas saí de todas elas. Eu li Êxodo 20.8-10: "Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo...”. Também quando li Levítico 11, um capítulo inteiro sobre animais impuros, que o homem não deve comer. E li vários outros mandamentos que me incomodaram e ficava me perguntando porque haviam feito uma “seleção” de mandamentos que podiam ser obedecidos e outros que não podiam. Mas se estavam no mesmo texto e contexto, como é o caso da guarda do sábado, que está dentro dos chamados Dez mandamentos, por que não eram obedecidos?

Olhei para um lado, olhei para o outro e vi que alguma coisa estava errada, eu estava em um lugar em que esses mandamentos não eram obedecidos e praticamente proibidos de serem cumpridos e quem se atrevesse a obedecê-los era considerado um herege, seguidor de seita. E então decidi sair daquilo. E sair do sistema religioso foi uma das melhores decisões que tomei em minha vida. Se eles não querem obedecer, sinto muito, eu quero. E não admito que me digam que querer cumprir a Lei seja pecado.

E ter a certeza de estar no caminho certo não tem preço. E a sensação de que "tem alguma coisa errada" ou "não pode ser só isso" de-sa-pa-re-ceu completamente.

P.S.1: Muitos não entendem, mas está no sangue, é uma questão de DNA.
" 'Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias', declara o Eterno: 'Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Soberano deles, e eles serão o meu povo'." Jeremias31.33 " 'Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias', declara o Eterno. 'Porei minhas leis em suas mentes e as escreverei em seus corações. Serei o Soberano deles, e eles serão o meu povo'." Hebreus8.10

P.S.2: Diferente do que ensinam, a Torah (Pentateuco) não é impossível de cumprir, o próprio Eterno disse isso, veja:
"Vocês obedecerão de novo ao Eterno e seguirão todos os seus mandamentos que lhes dou hoje.
Então o Eterno, o seu Pai, abençoará o que as suas mãos fizerem, os filhos do seu ventre, a cria dos seus animais e as colheitas da sua terra. O Eterno se alegrará novamente em vocês e os tornará prósperos, como se alegrou em seus antepassados, se vocês obedecerem ao Eterno, ao seu Pai, e guardarem os seus mandamentos e decretos que estão escritos neste Livro da Lei, e se se voltarem para o Eterno, para o seu Pai, de todo o coração e de toda a alma.

O que hoje lhes estou ordenando não é difícil fazer, nem está além do seu alcance.
Não está lá em cima no céu, de modo que vocês tenham que perguntar: 'Quem subirá ao céu para consegui-lo e vir proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?'
Nem está além do mar, de modo que vocês tenham que perguntar: 'Quem atravessará o mar para consegui-lo e, voltando, proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?'
Nada disso. A palavra está bem próxima de vocês; está em sua boca e em seu coração; por isso vocês poderão obedecer-lhe." [grifos meus] Dt30.8-16

Como eu amo a tua Lei!

Up. Publicado originalmente em 28/12/2009

Ah, quero poder dizer como Davi, como nestes trechos do Salmo 119:

"Como são felizes os que andam em caminhos irrepreensíveis, que vivem conforme a lei do Eterno! Como são felizes os que obedecem aos seus estatutos e de todo o coração o buscam! Não praticam o mal e andam nos caminhos do Eterno. Tu mesmo ordenaste os teus preceitos para que sejam fielmente obedecidos. Regozijo-me em seguir os teus testemunhos como o que se regozija com grandes riquezas. Tenho prazer nos teus decretos; não me esqueço da tua palavra. Sim, os teus testemunhos são o meu prazer; eles são os meus conselheiros. Corro pelo caminho que os teus mandamentos apontam, pois me deste maior entendimento. Falarei dos teus testemunhos diante de reis, sem ficar envergonhado. Tenho prazer nos teus mandamentos; eu os amo. Para mim vale mais a lei que decretaste do que milhares de peças de prata e ouro. Se a tua lei não fosse o meu prazer, o sofrimento já me teria destruído. Como eu amo a tua lei! Medito nela o dia inteiro. Como são doces para o meu paladar as tuas palavras! Mais que o mel para a minha boca! A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho. Os teus testemunhos são a minha herança permanente; são a alegria do meu coração. Dispus o meu coração para cumprir os teus decretos até o fim. Eu amo os teus mandamentos mais do que o ouro, mais do que o ouro puro. Os meus perseguidores aproximam-se com más intenções; mas estão distantes da tua lei. Tu, porém, Eterno, estás perto e todos os teus mandamentos são verdadeiros. Os que amam a tua lei desfrutam paz, e nada há que os faça tropeçar. Obedeço aos teus testemunhos; amo-os infinitamente! Anseio pela tua salvação, Pai Eterno, e a tua lei é o meu prazer."

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A Torah (Pentateuco) não é impossível de cumprir

Diferente do que ensinam, a Torah (Pentateuco) não é impossível de cumprir, o próprio Eterno disse isso, veja:
"Vocês obedecerão de novo ao Eterno e seguirão todos os seus mandamentos que lhes dou hoje.
Então o Eterno, o seu Pai, abençoará o que as suas mãos fizerem, os filhos do seu ventre, a cria dos seus animais e as colheitas da sua terra. O Eterno se alegrará novamente em vocês e os tornará prósperos, como se alegrou em seus antepassados, se vocês obedecerem ao Eterno, ao seu Pai, e guardarem os seus mandamentos e decretos que estão escritos neste Livro da Lei, e se se voltarem para o Eterno, para o seu Pai, de todo o coração e de toda a alma.
O que hoje lhes estou ordenando não é difícil fazer, nem está além do seu alcance.
Não está lá em cima no céu, de modo que vocês tenham que perguntar: 'Quem subirá ao céu para consegui-lo e vir proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?'
Nem está além do mar, de modo que vocês tenham que perguntar: 'Quem atravessará o mar para consegui-lo e, voltando, proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?'
Nada disso. A palavra está bem próxima de vocês; está em sua boca e em seu coração; por isso vocês poderão obedecer-lhe." [grifos meus] Dt30.8-16

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Fora do sistema

Up. Publicado originalmente em 25/mai/2010

Saindo de Roma, indo para Jerusalém. Quanto mais tempo estou fora do sistema, mais descubro que fiz a escolha certa. Apenas tenho cuidado para não trocar seis por meia dúzia ou uma jaula pela outra.

"Um número crescente de pessoas está deixando a instituição igreja por uma nova razão. Elas não estão partindo porque perderam sua fé. Estão deixando a igreja para preservar sua fé." Reggie McNeal, citado por Neil Cole, em Igreja orgânica

"Se você é um desses raros indivíduos que congrega com outros cristãos à margem do cristianismo organizado, você redescobrirá que não apenas as Escrituras, mas também a História está a seu lado." Frank Viola, em Cristianismo pagão?

"Saiam dela, vocês, povo meu, para que vocês não participem dos seus pecados, para que as pragas que vão cair sobre ela não os atinjam!" Apocalipse18.4

"A liberdade pode ser ameaçadora para quem encontra segurança num sistema religioso fechado." Wayne Jacobsen e Dave Coleman

"Meus piores momentos fora da religião institucional são, ainda assim, melhores do que meus melhores dias dentro dela." Jacobsen e Coleman

"Não é de se admirar que os pastores se pareçam cada vez menos com imitadores de Cristo e cada vez mais com animadores de festas." Alan Capriles

"A religiosidade talvez seja a forma mais sutil de endemoninhamento do cristão." Alcione Emerich

"O Cristianismo não destruiu o paganismo, mas o adotou." Will Durant

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Não neguei o Eterno...

Editado. 1a edição publicada em 22/12/2010

... mas NÃO sou evangélica, NÃO tenho religião, NÃO tenho igreja, NÃO tenho líder religioso humano. NÃO sigo cristianismo, judaísmo, muito menos o "paulinismo" dos cristãos (Cristianismo ou paulinismo? PELA graça ou DE graça?). Estou fora do sistema religioso, em completa desconstrução. Continuo crendo em YHWH, o Eterno, mas não uso o nome pagão para falar sobre ele. Não sou de Apolo, nem de Paulo, muito menos de Lutero. Sou discípula do Eterno e sigo a Torah.

Estou aprendendo a obedecer à Torah (Pentateuco), a obedecer a TODOS os mandamentos e estou fazendo teshuvah. Também não comemoro festas pagãs. Eu só celebro as festas bíblicas, como diz em Levítico 23: "Disse o Eterno a Moisés: ‘Diga o seguinte aos israelitas: Estas são as minhas festas, as festas fixas do Eterno, que vocês proclamarão como reuniões sagradas. [...]", "Este é um DECRETO PERPÉTUO para as suas gerações, onde quer que morarem." (leia todo o capítulo, grifo meu), e como diz Levítico 18.3: "Não procedam como se procede no Egito, onde vocês moraram, nem como se procede na terra de Canaã, para onde os estou levando. Não sigam as suas práticas."

Sou sem-religião, mas minha vida é pautada pelos princípios bíblicos e sigo SOMENTE o que está na Torah e não doutrinas humanas.

E por que não sou mais evangélica? Porque o ser humano complica tudo. E complicou o evangelho, que era tão simples. Ou melhor, inventaram outro evangelho. Os evangélicos rasgaram metade do que chamam de Velho Testamento, só seguem o que interessa. Eles dizem que seguem Jesus, mas Jesus nunca aboliu a Torah, a Lei (Pentateuco). Ele NUNCA trocou sábado por domingo, e nem disse CLARAMENTE que não deveríamos guardar o sábado. Enfim, é o que vivo perguntando, onde está escrito isso? E se não é para guardar o sábado (só um exemplo, porque há muitos outros mandamentos que não são seguidos), então não deveriam pregar obediência aos outros mandamentos, e na lógica deles então poderia matar, roubar, adulterar etc. É essa incoerência que não engulo mais. Ou obedece tudo, ou então rasga todo o Velho Testamento e joga fora, e não só metade.

E também vejo que o evangelho dos evangélicos é o evangelho de Paulo (ou o que deturparam dele), e não o de Jesus. E entre Paulo e o Eterno/Torah, fico com o Eterno, e devo guardar os seus mandamentos, TODOS, e não apenas os que me agradem.

Eu não neguei o Eterno, muito pelo contrário, querendo cumprir a Torah, eu o entendo cada dia mais e me sinto realmente livre, porque antes não sentia essa liberdade, faltava alguma coisa. Hoje entendo que não adianta seguir o Eterno e não obedecer a todos os seus mandamentos. As duas coisas devem caminhar juntas.

Por isso não sou mais evangélica, porque os evangélicos acham que não precisamos obedecer a todos os mandamentos, e eu não vejo isso na Bíblia. Eles rejeitam as festas bíblicas, mas fazem festa junina. Tô fora disso, com certeza.

Jesus, que eles dizem seguir, guardava o sábado sim, seus discípulos também, e Paulo também. Mas a leitura com a lente dos evangélicos deturpou isso. O que Jesus condenava era o exagero da Lei, era usar a Lei como desculpa para não fazer o bem, para ajudar alguém. A Lei é simples, mas os religiosos queriam ser mais santos que a Torah, e inventavam regras que não estão escritas e que são jugo e fardo para as pessoas. Foi isso que ele combateu o tempo todo, mas não aboliu um só mandamento.

E se está pensando que estou generalizando, sinto muito, impossível não fazer isso, não há religião, nem igreja evangélica ou outra qualquer que siga somente a Torah, nada mais que a Torah. Se houvesse, eu voltaria a frequentar, mas não há. Todas as religiões seguem só um pedacinho, e o resto é regra humana, todas seguem somente o que interessa, e desprezam o resto, e para completar, inventam outras regras que não estão na Torah. E eu escolhi seguir somente o que a Torah diz.

E escrevo do que tenho vivido e pesquisado, e escrevo para as pessoas que estão com essas dúvidas no coração, como eu tinha, para que elas vejam que há uma saída, que não estão malucas e que não são problemáticas, como os líderes religiosos gostam de falar dos que questionam as práticas não-bíblicas deles e perguntam porque não guardam o sábado, por exemplo.

O sábado é só um exemplo, há vários mandamentos rejeitados pelos evangélicos, como as festas bíblicas, a alimentação. Eu escolhi aprender a obedecer a todos, e não só alguns, e decidi ficar somente com a Torah, e não com regras humanas, nem interpretações humanas. E continuo dizendo que se houver meio versículo dizendo que o Eterno aboliu parte da Torah, CLARAMENTE, tudo bem, eu me rendo, mas como não há, permaneço firme em obedecer ao Eterno, guardando todos os mandamentos que são possíveis de obedecer na diáspora. O desafio do MEIO versículo continua. Alguém?

Não uso o nome que considero pagão, Deus, eu uso os nome Eterno, ou o tetragrama YHWH, por não ter certeza do seu nome verdadeiro, e na dúvida prefiro não usar nenhum nome. Mas uma coisa eu realmente não aceito, que é qualquer coisa no chamado Novo Testamento que negue a Torah. Se há controvérsia, fico com a Torah, a Lei não foi abolida, nada foi abolido, não há nada escrito sobre isso, só interpretação humana, então se há alguma discordância, fico com a Torah, e coloco na conta dos tradutores e alterações feitas de propósito. E não sigo judaísmo, nem cristianismo, isso deixo sempre claro, não sigo religião, sigo apenas a Torah, o Pentateuco, por isso falo muito mais da Torah, porque é um resgate que estou fazendo nesse momento de teshuvah, estou resgatando o que me foi roubado, por isso falo muito da Torah, bato muito nessa tecla, porque ela não foi abolida e quero obedecer, quero retornar à origem e resgatar o que foi perdido, preencher uma lacuna que me foi impedida de viver, então estou resgatando isso, cumprindo os mandamentos, guardando os sábados, não comendo porcarias, observando apenas as festas que o Eterno mandou e não festas pagãs, e tentando obedecer ao que nos é possível na diáspora.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Receitas e dicas 13 - Suflê de bacalhau repaginado

P.S.: Suflê de bacalhau aqui em casa já virou receita obrigatória em encontros com amigos e quando recebemos visitas. Tem visita que avisa com antecedência para escolher o cardápio, o suflê. E o melhor é que a gente não enjoa nunca. E agora tenho enriquecido o suflê usando dois ou três inhames junto com as batatas, e o último que fiz acrescentei também grão-de-bico cozido, além dos inhames, e devo confessar que essa última versão ficou a melhor de todas, a combinação batata+inhame+grão-de-bico ficou perfeita e o suflê bem mais nutritivo.

Up. Publicado originalmente em 11/abr/2010

Enfim, consegui fazer o suflê de bacalhau medindo os ingredientes para postar a receita. Sempre faço sem medir e era difícil passar a receita para quem pedia. Agora vocês podem fazer também. Bom apetite.

Suflê de bacalhau

Ingredientes
Cerca de 300 g de bacalhau (eu compro aquelas bandejas de lascas)
6 a 8 batatas inglesas médias
2 ovos
1 caixa creme de leite
Azeite
Azeitonas pretas
Queijo ralado
Sal a gosto
Temperos verdinhos A GOSTO – salsa, cebolinha, orégano, manjericão, alecrim, alho poró
Temperos a gosto – pimenta-do-Reino, noz moscada moída

Modo de fazer
Deixe o bacalhau de molho durante a noite. Antes de começar a fazer o suflê coloque em uma peneira para escorrer a água.
Descasque e corte as batatas em pedaços médios e cozinhe para fazer purê de batatas.
Enquanto as batatas cozinham, limpe o bacalhau e refoque com azeite e temperos a gosto (pimenta-do-Reino, noz moscada). Desligue o fogo e reserve.
Prove o sal do bacalhau para ter uma ideia do sal que vai colocar nas batatas.
Depois de amassar as batatas, acrescente sal, creme de leite, os ovos, duas colheres de queijo ralado, azeitonas pretas sem caroço e os temperos verdinhos a gosto.
Acrescente o bacalhau e misture bem.
Unte uma forma com azeite e coloque a massa do suflê.
Polvilhe queijo ralado e salpique azeitonas pretas inteiras com caroço em cima do suflê para enfeitar. Se quiser, polvilhe orégano ou outro tempero verdinho.
Asse em forno médio, por cerca de 30 ou 40 minutos.
Sirva quente, com arroz e saladas.

P.S.: Eu estava com pouco tempo disponível, mas queria levar suflê de bacalhau para uma amiga, e fiquei pensando que não ia dar tempo de cozinhar as batatas antes e fazer o purê. Então resolvi ralar, ou triturar no processador, as batatas cruas, misturar aos outros ingredientes e levar ao forno, e esperar para ver se daria certo. Não ficou tão cremoso quanto o que é feito com purê, mas ficou uma versão mais rápida. Acho que agora vou adotar a receita nova, talvez até refogue as batatas raladas antes de misturar ao bacalhau, sem precisar cozinhar bem, apenas deixando al dente. (Não tenho feito essa nova versão, prefiro a primeira, até porque acrescentei outros ingredientes, veja no topo).

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Costas mais fortes e carcaça de rinoceronte

Up. Publicado originalmente em 28/jun/2008

"Certa vez, preguei em uma igreja no Ocidente, e um cristão me disse: 'Faz muitos anos que oro para que o governo comunista na China caia, para os Cristãos poderem viver em liberdade.' Respondi: Não é assim que oramos! Nunca oramos contra nosso governo nem lançamos maldições contra ele. Pelo contrário, aprendemos que Deus controla tanto a nossa vida como também o governo que está acima de nós (...) Deus tem usado o governo chinês para seus propósitos, formando e moldando seus filhos do jeito que acha melhor. Em vez de focar as orações contra o sistema político, pedimos que, a despeito do que acontecer conosco, estejamos sempre agradando a Deus. Não ore pelo fim da perseguição! Não devemos pedir carga mais leve, e sim costas mais fortes! Então o mundo verá que Deus está conosco, capacitando-nos para viver de uma forma que reflete seu amor e seu poder.
Essa é a verdadeira liberdade!" Irmão Yun, em O Homem do céu

"Uma das profecias mais memoráveis que recebi foi: 'Filha, eu darei a você a carcaça de um rinoceronte e o coração de uma pomba'. As acusações geralmente misturadas com fofocas crescem e multiplicam-se de forma alarmante. Todos temos que aprender a lidar com as acusações. A amplitude da dor dependerá de como você desenvolveu sua carcaça de rinoceronte. Meu amigo Peter Wagner, lida com isso frequentemente. Quando toma conhecimento de uma nova crítica escrita contra ele, Peter apenas sorri e pergunta: 'Eles escreveram meu nome corretamente?' Eu realmente o admiro. Nem sempre consigo me sair tão bem. Algumas vezes minha primeira reação é querer bater na pessoa (algo engraçado para alguém com apenas 1,59) ou exigir uma retratação imediata!" Cindy Jacobs, em Mulheres com um propósito

'Obedecerão a [TODOS] os meus mandamentos'

Up. Publicado originalmente em 17/out/2011

E é sempre é bom lembrar que:

"Se vocês me amam, obedecerão aos [TODOS] meus mandamentos." João14.15

E "Sabemos que o conhecemos, se obedecemos aos [TODOS] seus mandamentos. Aquele que diz: 'Eu o conheço', mas não obedece aos [TODOS] seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele." 1João2.3,4

TODOS, inclusive guardar o sábado e não comer animais impuros.

Pois "Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei [Torah (Pentateuco)]." 1João3.4

"Vejam! Hoje estou pondo diante de vocês a bênção e a maldição.
Vocês terão bênção, SE OBEDECEREM aos [todos] mandamentos do Eterno, que hoje lhes estou dando; mas terão maldição, SE DESOBEDECEREM aos [todos] mandamentos do Eterno, e se afastarem do caminho que hoje lhes ordeno, para seguir deuses desconhecidos."
Dt11.26-28 [grifos meus]

Porque a Lei (Torah, Pentateuco) não foi abolida: "Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra. Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos céus." Mateus5.17-19

Pois já dizia o sábio: "Agora que já se ouviu tudo, aqui está a conclusão: Tema ao Eterno e GUARDE OS SEUS MANDAMENTOS, pois isso é o essencial para o homem. Pois o Eterno trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mal." Ecesiastes12.13,14

E "Se alguém se recusa a ouvir a lei, até suas orações serão detestáveis." Provérbios28.9

Sim, eu guardo o shabat, sigo Levítico 11 e celebro as festas que o Eterno estabeleceu. Se estiver errada, não perco nada. Mas se estiver certa, quem me condena vai se dar mal.

Mas se alguém me der MEIO versículo que diz claramente: "O Eterno escreveu COM SEU DEDO: 'Decreto que a partir de hoje a Lei está abolida' ", rasgo a Torah e volto a ser evangélica. Alguém?

Se alguém me der MEIO versículo provando claramente que o Eterno substituiu o sábado pelo domingo, eu dou a mão à palmatória.

Ah, não serve versículo com interpretação-tipo-forçação-de-barra, não. Tem que ser bem explícito, como são os versículos que confirmam que a Lei não foi abolida e que é um decreto perpétuo.

Leia também:

Sobre a não-abolição da Lei

Vamos pensar juntos.

Ainda que Paulo estivesse falando mesmo sobre graça que não precisa cumprir a Lei. Ainda que não houvesse tanta falta de conhecimento sobre Paulo e também não houvesse tanta interpretação errada sobre o que ele escreveu. Ainda que tivéssemos acesso às cartas que as igrejas e pessoas escreveram para Paulo (porque só temos as respostas dele, não temos as perguntas).

Ainda assim, você acredita mesmo que Paulo teria autoridade suficiente para abolir uma Lei que o Eterno decretou? Imagine se o Eterno iria criar uma Lei com tantos detalhes, até sobre higiene, com tanta intensidade e minúcias, para depois alguém abolir a Lei sem dizer claramente que a Lei estava sendo abolida pelo próprio Eterno. Se o Pai foi tão criterioso para decretar a Lei, você acredita mesmo que ele iria revogá-la assim, de uma maneira tão sutil?

Eu acredito realmente que não. A Lei não foi abolida.

Se nem Jesus aboliu a Lei, ele mesmo disse que não veio para revogar a Lei, mas completá-la, por que então Paulo teria essa autoridade?

Entre Paulo, ou o que interpretaram dele, e o Eterno, fico com o Eterno.

P.S.1: "E veja como ele descreve o homem perdido aqui, ele diz: 'Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade'. Em grego, anomia. Uma partícula negativa 'a', não/sem, mais a palavra 'nomos', lei = não lei/sem lei. E é isto que significa, deixe-me dar-lhe uma tradução mais precisa: 'Apartai-vos de mim de mim, vocês que dizem ser meus discípulos, que me confessam como Senhor, porém vivem como se eu nunca tivesse lhes dado uma Lei para obedecer'.Eu acabo de descrever a grande maioria dos cristãos. Se alguém começa a falar de Lei, se alguém começa a falar de princípios bíblicos, sobre o que devemos fazer e o que não devemos fazer, todos começam a exclamar: 'Legalista, legalista'. Mas Jesus disse: 'Apartai-vos de mim, vocês que viveram me chamando de Senhor, contudo viveram como se eu nunca tivesse lhes dado uma Lei para seguirem'." Paul Washer

P.S.2: Diferente do que ensinam, a Torah (Pentateuco) não é impossível de cumprir, o próprio Eterno disse isso, veja:
"Vocês obedecerão de novo ao Eterno e seguirão todos os seus mandamentos que lhes dou hoje.
Então o Eterno, o seu Pai, abençoará o que as suas mãos fizerem, os filhos do seu ventre, a cria dos seus animais e as colheitas da sua terra. O Eterno se alegrará novamente em vocês e os tornará prósperos, como se alegrou em seus antepassados, se vocês obedecerem ao Eterno, ao seu Pai, e guardarem os seus mandamentos e decretos que estão escritos neste Livro da Lei, e se se voltarem para o Eterno, para o seu Pai, de todo o coração e de toda a alma.

O que hoje lhes estou ordenando não é difícil fazer, nem está além do seu alcance.
Não está lá em cima no céu, de modo que vocês tenham que perguntar: 'Quem subirá ao céu para consegui-lo e vir proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?'
Nem está além do mar, de modo que vocês tenham que perguntar: 'Quem atravessará o mar para consegui-lo e, voltando, proclamá-lo a nós a fim de que lhe obedeçamos?'
Nada disso. A palavra está bem próxima de vocês; está em sua boca e em seu coração; por isso vocês poderão obedecer-lhe." [grifos meus] Dt30.8-16

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Para recordar - Diretas 16

"Tanta gente falando sobre saudade do passado, de tempos antigos. Tive uma infância legal, uma adolescência divertida e até tranquila e uma linda juventude, tenho boas lembranças, apesar dos muitos problemas, claro, e de muitos arrependimentos e pecados já confessados. Mas quer saber? Amo a maturidade, não tenho saudades do passado e não trocaria o que sou hoje por nenhuma época anterior, não queria voltar a nenhuma idade. Gosto do que vivo agora, amo a verdadeira liberdade que tenho hoje, porque a de antes era só ilusão, amo meu momento atual de relacionamento com o Eterno. Não troco isso por nada."

"Para não dizer que não falei das flores... já disse e vou dizer de novo, esse peso que querem colocar no cidadão eu não aceito. Faço a minha parte, mas não tenho que ficar enchendo minha casa de lixo reciclado, de invenções com garrafa pet. Garrafa pet é problema da indústria, não meu. Responsabilizem e punam a indústria, não o cidadão. E se não há coleta seletiva, a responsabilidade não é minha, eu já pago muuuuuito imposto, faço a minha parte, que cada um faça a sua. Se houver coleta seletiva, separo o lixo, mas se não há, não me coloquem peso nas costas. Os governos e a indústria é que estão acabando com o planeta, não nós. Responsabilizem os verdadeiros culpados. #canseidessediscurso"

"Triste ver pessoas sofrendo por causa de erros graves e não se arrependerem. Ah, na teologia delas não há castigo, só graça. Rasga a Bíblia e joga fora. Ah, como eu sei que não se arrependeram? Simples, porque deveriam ter desfeito o que fizeram e isso não aconteceu. Se tivessem feito isso creio que não estivessem sofrendo tanto até agora. Mas preferiram ouvir a teologia da graça barata ao invés de ouvir os profetas. Triste, muito triste."

"Meus guias me fornecerão conselhos e contexto. Contudo, não terão a palavra final. A Bíblia é que vai dá-la. Não quero seguir nenhuma tradição em particular com exclusividade. Por mais ingênuo ou equivocado que isso possa parecer, quero descobrir a Bíblia por mim mesmo, ainda que isso implique a necessidade de trilhar por um caminho difícil e tortuoso." Trecho de Um ano bíblico, A.J. Jacobs

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dica de leitura: 'Yeshua ou Paulo: Quem é o Messias?'

Up. Publicado originalmente em 28/abr/2012
Da série gostaria de ter escrito. É isso que sempre digo, e ele disse tudo e mais um pouco. Perfeito.

Yeshua ou Paulo: Quem é o Messias? 

I – Introdução 

Dentre os que crêem nas Escrituras (ou dizem crer) existe uma classe muito singular de pessoas: os cruzados da verdade absoluta. Infelizmente, é algo que chega muitas vezes a ser incentivado no meio evangélico. Pelo menos, há uma evolução: Os cruzados cibernéticos da verdade absoluta não se utilizam mais da espada para fazerem suas ameaças, mas sim de e-mails grosseiros e grotescos, intrusões indesejadas no espaço alheio, etc. O que antes era a ameaça da espada, hoje é a ameaça do inferno. Menos mal. Mas, ou você crê na “verdade” (e por verdade leia-se: a interpretação deles das Escrituras), ou está fadado ao lago de fogo.

Sempre recebemos esse tipo de e-mail e mensagens, e geralmente nada mais fazemos do que simplesmente ler a primeira linha e jogar no lixo ou no filtro de spam, porque temos coisas mais importantes a fazer do que nos ocuparmos de tais tolices.

Porém, esses dias recebi um e-mail desses que tocou num ponto que gostaria de abordar aqui. O e-mail basicamente nos criticava por defendermos a Torá (até aí, nenhuma novidade), e dizia que nós cometemos os mesmos erros dos primeiros emissários de Yeshua, que não teriam entendido a Sua mensagem, e que por isso foi preciso que “Paulo esclarecesse o evangelho.”

II – Paulo, Paulo Paulo… mas e Yeshua?

Já perdi as contas de quantas vezes ouvi isso, de diversas formas: “Vocês não entendem que Paulo abriu pros gentios!” “Vocês precisam ler Gálatas!” “Paulo isso, Paulo aquilo, Paulo, Paulo, Paulo…”

É claro que se apela a “Paulo”! Tire das Escrituras as cartas de Sha’ul (Paulo), e não sobra absolutamente nada em quê os que se opõem à Torá de YHWH possam se apoiar para defenderem sua causa. Não que sejam as cartas de Sha’ul (Paulo) sejam de fato contra a Torá – falta muitas vezes a tais grupos a compreensão da diferença entre Torá de YHWH e Lei Judaica. Mas, mesmo assim, sem Sha’ul (Paulo), nada sobra. Porque as demais Escrituras são muito claras quanto à obrigação do servo de YHWH de servir à Sua Torá.

Nas poucas vezes em que se deu ao trabalho de dizer algo sobre isso, Yeshua afirmou:

“Não penseis que vim abolir a Torá ou os profetas; não vim para abolir, mas para torná-los plenos. Amen! Por que vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da Torá um só Yud ou um só traço, até que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no Reino dos Céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos Céus.” (Matitiyahu/Mateus 5:17-19)

Ele criticou a forma como o espírito da coisa, chamemos assim, era distorcido:

“Ai de vós, sof’rim e p’rushim que são hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido as coisas mais pesadas na Torá: os juízos, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas.” (Matitiyahu/Mateus 23:23)

“…é lícito fazer bem nos Shabatot.” (Matitiyahu/Mateus 12/12)

Ele criticou acréscimos da Lei Judaica à revelação da Torá:

“E assim por causa das vossos acréscimos invalidastes o mandamento de Elohim. Hipócritas! bem profetizou Yeshayahu a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem.” (Matitiyahu/Mateus 15:6-9)

Observe que nessa crítica Yeshua também inclui o invalidar a Torá. Invalidar é tornar algo não-válido, ou nulo. Em outras palavras, seguir preceitos de homens e abandonar as Escrituras.

Seria cômica, se não fosse trágica, a tentativa de alguns de afirmarem, por exemplo, que Yeshua descumpriu o Shabat ou, ao falar contra a lavagem de mãos, invalidou a Torá de YHWH. Além do profundo desconhecimento do que é a Torá e o que é a Lei Judaica, e além de fazer de Yeshua um mentiroso (pois Ele disse que veio cumprir a Torá), essa visão acaba por cair em contradição – pois se Yeshua não cumpriu a Torá, como poderia ser Ele o Messias?

Mas não é isso que vemos. Vemos Yeshua zeloso com a Torá, preocupado em revelar a pureza do que YHWH deixou de instrução para o Seu povo, esclarecendo que Ele não veio abolir coisa alguma, e ainda condenando a transgressão à Torá!

III – Quem é o Messias: Yeshua ou Paulo?

É por isso que os seus discípulos “não entenderam que a Lei foi abolida.” Como poderiam ter entendido algo que Yeshua nunca deixou revelado, nunca fez, nem ensinou?

Quem entra em cena então? “Paulo!” – Claro, aqui me refiro à visão evangélica tradicional sobre Paulo, e não ao personagem Sha’ul.

O que fica claro, portanto, é que o Messias de tais pessoas não é Yeshua, mas sim Paulo!

Porque a fé deles se sustenta ou cai com base em “Paulo”. É em “Paulo” e não em Yeshua que encontramos a verdade sobre a aliança de Elohim. Mesmo não sendo isso na teoria, na prática é de “Paulo”, e não de Yeshua, que se afirma então: “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amen.” (Ruhomayah/Romanos 11:36)

Sim, porque por essa leitura é de “Paulo” que procede todo entendimento sobre a verdade de toda a Bíblia. É por meio de “Paulo” que se tem o verdadeiro entendimento sobre Yeshua – mais até do que dos emissários que conviveram com Yeshua, pois esses nunca defenderam a abolição da Torá. É para “Paulo” que se pratica a transgressão à Torá, pois Yeshua disse: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama.” (Yochanan/João 14:21)

Logo, não seria mais honesto se tais pessoas parassem de fingir que sua fé é baseada em Yeshua, e completassem a frase de Ruhomayah (Romanos) dizendo: Glórias a “Paulo”? Aliás, o mais adequado seria chamar tal fé de Paulinismo. Afinal, ela se sustenta ou cai com base no “Paulo” evangélico. Até Yeshua não é o Yeshua que caminhou sobre a terra, mas sim o Yeshua que é autorizado e sancionado por quem? “Paulo”!

Que diremos, pois? Que Sha’ul (Paulo) não é inspirado? Elohim proíba, querido leitor! Jogar fora Sha’ul (Paulo) seria um erro tão grosseiro quanto o de jogar fora a Torá porque a B’rit Chadashá (Segundo Testamento) faz críticas ao uso distorcido da Torá. Não caiamos nesse erro.

Agora, é preciso entender que embora as cartas de Sha’ul (Paulo) sejam inspiradas e proveitosas para o nosso desenvolvimento na verdade, elas não são o cerne da nossa fé. O cerne da nossa fé sempre foi, e sempre será Yeshua. Não podemos substituir Yeshua pelo falso messias “Paulo” do movimento gospel – ou deveríamos dizer, “gospaulo”?

IV – A Verdade sobre Sha’ul (Paulo)

Sha’ul (Paulo) não é leitura fácil, de modo que sequer se destina a iniciantes. A exemplo de outras obras – como Guilyana (Apocalipse) ou Yechezkel (Ezequiel), por exemplo – tais leituras não são o básico da fé. São leituras para pessoas que já atingiram certa maturidade. E a prova de que as cartas de Sha’ul (Paulo) se encaixam nessa categoria nos foi dada por Kefa (Pedro), que diz:

“E considerai a longanimidade da Ruach YHWH como salvação, assim como também nosso amado irmão Sha’ul vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada. E também em todas as suas cartas ele fala acerca dessas coisas, algumas das quais são de difícil entendimento. Tais coisas, aqueles que não têm instrução nem fundação distorcem, como o fazem com o restante das Escrituras, para sua própria perdição.” (Kefa Beit/2 Pedro 3:15-16)

É o próprio Kefa (Pedro), homem que andou com Yeshua e que foi autor inspirado pela Ruach para escrever texto de Escritura, quem nos afirma que um iniciante que se apega a Sha’ul (Paulo) assina a sentença de sua própria perdição.

Como podemos supor, querido leitor, que Sha’ul (Paulo) seja a base da fé? Será que não percebem a gravidade do problema de tentar usar os escritos de Sha’ul (Paulo) como base para entender todas as coisas? Os escritos de Sha’ul (Paulo) não foram feitos para isso. Eles nos foram dados para ajudar a combater os excessos, os extremos e os desvios que ocorrem nas congregações. Nunca, jamais, deveriam ser usados como fonte para entender uma coisa tão básica como a instrução do cumprimento da Torá! Para isso temos, por exemplo, as palavras de Yeshua – e o ensino gradual das Escrituras no Shabat – conforme sugerido pelos próprios emissários em At. 15:20-21 para amadurecimento após o básico.

Além disso, as cartas de Sha’ul (Paulo) foram escritas para situações específicas, para pessoas específicas, e frequentemente em resposta a consultas e relatos feitos por carta das congregações para o próprio Sha’ul (Paulo). Nós não temos acesso a esse contexto, infelizmente. Seja porque se perderam acidentalmente, ou porque isso foi “acidentalmente” conveniente para que Roma montasse sua teologia. Não temos como saber.

E se não temos acesso a tal contexto, e se os textos são difíceis, então é ingênuo supor que exista uma única forma de leitura de Sha’ul (Paulo). Nem tenho a pretensão de pedir ao leitor que confie em NOSSA leitura de Sha’ul (Paulo). Tome como exemplo o próprio movimento evangélico, que reconhece isso ao publicar obras como o Novo Testamento Judaico, de David Stern (publicado por editora evangélica). Obra essa que nos traz uma leitura de Sha’ul (Paulo) muito diferente da convencional.

V – Errando na Base

Imagine, querido leitor, o perigo de se basear TODO o entendimento de seu relacionamento com Elohim, de medir o que “serve” e “não serve” para ser feito daquilo que Elohim deixou como mandamento para nós, em cartas que não foram feitas para principiantes, sobre as quais temos pouca ou quase nenhuma informação contextual, e que podem ser lidas de diversas formas?

A base de nossa fé está em Yeshua ou “Paulo”? Para responder com honestidade a essa leitura e descobrir quem está na posição de Messias de facto, pense numa coisa: Se as cartas de Sha’ul (Paulo) não existissem, a sua fé seria diferente? Se a resposta for afirmativa, será que o Messias, o cerne da sua fé, é mesmo Yeshua? Ou é esse personagem “Paulo” que sequer é a única leitura que se extrai de suas cartas?

“E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a anomia, o amor de muitos esfriará.” (Matitiyahu/Mateus 24:11-12)

Nem pedirei ao leitor para ir no aramaico ou no hebraico. Tomemos o próprio grego. Anomia é formada pelo prefixo “a”, que significa negação, e pela raíz “nomos”, geralmente traduzida como “lei”. Logo, temos que as palavras de Yeshua dizem que os falsos profetas levarão as pessoas à negação da Torá de YHWH!

Não é muito mais seguro, querido leitor, basear sua fé em Yeshua? E Ele disse que não veio abolir a Torá, condenou quem ensinava tal coisa, e ainda nos alerta contra os falsos profetas que levariam o povo a se desviar da Torá!

VI – Existe Alternativa

Não podemos dizer que Yeshua não nos advertiu contra “Paulo”. Não contra o Sha’ul (Paulo) que O serviu, mas contra essa leitura distorcida e abominável que se faz dele, para a perdição.

Aliás, algumas passagens de Sha’ul (Paulo) também costumam ser ignoradas, tais como:

“Que diremos pois? É a Torá pecado? De modo nenhum…” (Ruhomayah/Romanos 7:7)

“E assim a Torá é santa, e o mandamento santo, justo e bom.” (Ruhomayah/Romanos 7:12)

“Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a Torá também o mesmo? Porque na Torá de Moshe está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Elohim cuidado dos bois?” (Curintayah Alef/1 Coríntios 9:8-9)

“Sabemos, porém, que a Torá é boa, se alguém dela usa legitimamente.” (Timoteus Alef/1 Timóteo 1:8)

A Torá não é pecado. A Torá é santa. A Torá é justa. A Torá é boa. A Torá não vem de homens, mas de Elohim. Sha’ul (Paulo) não é contra o uso da Torá, e sim contra o mau uso da Torá – coisa que Yeshua (a base da verdade) também afirmou ser contra, e ainda explicou a quê se refere.

Mas para os paulinistas, essas contradições não importam. Sha’ul (Paulo) é ignorado onde lhes convém, porque a da Torá só lhes interessa o dízimo – e não sem ser também esse último tirado de seu contexto.

Mas estamos aqui para te dizer: É possível ler Sha’ul (Paulo) de modo a harmonizá-lo com todas as Escrituras – sem fazer dele uma abominação, um opositor à Torá de YHWH. Pois alguém que se opõe à Torá de YHWH é maldito, e não um instrutor em quem devemos nos apoiar.

Sha’ul (Paulo) só pode ser compreendido se ele não for tomado por falso messias, mas sim se ele for compreendido como servo de Yeshua, o autor da Torá.

Mas não caia o leitor no mesmo erro de ser um “cruzado da verdade absoluta”, enfiando o dedo em riste e condenando a todos ao fogo eterno. Pois tal coisa é ranço das estruturas eclesiásticas, e deve ser eliminado de nosso meio, e não incentivado.

Tenhamos o mesmo amor, a mesma perseverança (inclusive de suportar calúnias, difamações e violência) que Yeshua, nosso Messias, nos ensinou com seu próprio exemplo. Sem amor – esse amor de Yeshua – como diz Sha’ul, o verdadeiro, nada seremos.

Este artigo é de propriedade do Grupo Torah Viva (www.torahviva.org) e é protegido pela Digiprove, em conformidade com as leis de direitos autorais. É permitida a cópia, reprodução ou impressão desde que o material seja preservado na íntegra (sem alterações ou inserções no texto e incluindo esta mensagem) e de que a fonte seja citada, com link para o artigo original.

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domingo, 15 de julho de 2012

'O pecado é a transgressão da Lei'


Up. Publicado originalmente em 01/fev/2010

“Todo aquele que pratica o pecado transgride a Torah [Pentateuco]; de fato, o pecado é a transgressão da Torah.” 1João 3.4

"Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra. Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos céus. Pois eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus. Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês.” Mateus 5.17-20,48

Para quem ainda pensa que não precisa cumprir a Lei e usa Mateus 5.17 como justificativa, peço que leia com carinho TODO o capítulo 5 de Mateus e pense se o Messias disse mesmo que não precisamos cumprir a Lei.

P.S.: "E veja como ele descreve o homem perdido aqui, ele diz: 'Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade'. Em grego, anomia. Uma partícula negativa 'a', não/sem, mais a palavra 'nomos', lei = não lei/sem lei. E é isto que significa, deixe-me dar-lhe uma tradução mais precisa: 'Apartai-vos de mim de mim, vocês que dizem ser meus discípulos, que me confessam como Senhor, porém vivem como se eu nunca tivesse lhes dado uma Lei para obedecer'.Eu acabo de descrever a grande maioria dos cristãos. Se alguém começa a falar de Lei, se alguém começa a falar de princípios bíblicos, sobre o que devemos fazer e o que não devemos fazer, todos começam a exclamar: 'Legalista, legalista'. Mas Jesus disse: 'Apartai-vos de mim, vocês que viveram me chamando de Senhor, contudo viveram como se eu nunca tivesse lhes dado uma Lei para seguirem'." Paul Washer

P.S.2: Segundo o dicionário Houaiss: Pecar - cometer pecado, transgredir lei religiosa
Ex.: foram punidos porque pecaram (contra as leis de Deus) 

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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Como guardamos o shabat

UP. Publicado originalmente em 26/ago/2011

P.S. (jan/2012): Como já disse, desconstruir é fácil, mas construir é muito, muito difícil, porque há tanta contaminação, e chegar à tela original dá trabalho. Por isso estou em completa desconstrução. E estar em desconstrução significa estar aberto a novos entendimentos. Então, antes guardávamos o sábado do pôr do sol da sexta-feira até o pôr do sol do sábado, mas depois de pesquisar, meditar e observar sobre o assunto, percebemos que não há essa ordem na Torah e passamos a guardar o shabat apenas no período entre o nascer do sol e o pôr do sol do sábado, de manhã ao início da noite. Isso estava sendo um peso, então não guardarmos mais o shabat na sexta-feira à noite, principalmente porque meu relógio biológico é meio noturno, então na sexta-feira à noite é que normalmente vou adiantar o almoço de sábado e às vezes faço bolo e pão caseiro.


Como guardamos o shabat


‎"Diga aos israelitas que guardem os meus sábados. Isso será um sinal entre mim e vocês, geração após geração, a fim de que saibam que eu sou o Eterno, que os santifica. Isso será um SINAL PERPÉTUO entre mim e os israelitas, pois em seis dias o Eterno fez os céus e a terra, e no sétimo dia ele não trabalhou e descansou". Ex31.13,17 [grifo meu]
“Trabalhar no sábado na limpeza da casa é uma limpeza secular. Mas limpar a casa de uma pessoa que estiver doente é uma atividade espiritual e não secular.” Paulo Cilas da Silva


Guardar o shabat tem sido um aprendizado progressivo e gostaria de compartilhar como guardamos o sábado aqui em casa.

Primeiro nós decidimos não trocar seis por meia dúzia, ou seja, saímos do sistema religioso, mas não colocamos nenhum ritual ou liturgia no lugar. Paramos tudo, tudo mesmo, e estamos apenas ouvindo o Eterno. Muitos que começam a fazer teshuvah acabam ingressando no meio do judaísmo religioso e seguem suas tradições e rituais. Esse é um dos caminhos, mas nós decidimos não seguir por ele.

Quando começamos nossa busca pela verdade, percebemos que todos os grupos religiosos têm um pouco da verdade e um monte de invenções humanas. E não há na Bíblia nenhuma liturgia, nenhum ritual que nos dê base para seguir o que esses grupos ensinam. Por exemplo, o judaísmo guarda o shabat acendendo velas, fazendo rezas decoradas ou lidas, alguns exageram no rigor. Enfim, não há nada na Torah ensinando como guardar o shabat, não manda acender velas, nem fazer reunião nas sinagogas, templos etc.

É um absurdo o que fizeram com a guarda do sábado no Talmude, por exemplo. É uma lista enorme de não-pode, quase impossível de ser seguida, ou seja, é um jugo pesado demais. A Torah (Pentateuco) diz “não trabalhar no sábado”, ponto final. Mas o homem quer inventar, aí diz que não pode andar tantos metros, não pode subir escadas, não pode ajudar o necessitado.

A Torah apenas fala para descansar, não trabalhar, não fazer fogo (no sentido de trabalhar), não fazer comércio. Nada além disso. Por isso aqui em casa nós não fazemos rituais, não temos formalidades e não temos uma reunião formal. Nós obedecemos simples assim, descansando.

Como fazemos isso? No início de teshuvah, começamos com pequenas mudanças, como não ir ao mercado, não lavar roupa, não fazer faxina, e meu marido, que não tem que ir ao trabalho no sábado, mas às vezes trabalhava em casa, foi deixando de fazer isso, inclusive de ocupar a mente com o trabalho e aprendeu a descansar. Não adianta não trabalhar e ficar com a mente no trabalho.

Aos poucos fomos aumentando a obediência, evitando ao máximo atividades que envolvam comércio, como restaurantes, cinemas etc. Se marcamos alguma passeio com os amigos no sábado, procuramos marcar em um local público, praça, parque, e levamos nosso lanche, para não precisarmos comprar nada.

Tento deixar o almoço de sábado pronto ou bem adiantado. Não sigo o que acho exagero de não acender o fogo do fogão no sábado, só procuro não ficar muito tempo cozinhando, mas uso o fogão para aquecer o almoço ou para terminar o que ficou faltando fazer no dia anterior. Também faço café, sim, no fogão. Não gosto de cafeteira elétrica e odeio forno de micro-ondas. E como cozinhar não é meu ganha-pão, não é meu trabalho, não deixo de fazer um almoço quentinho no sábado, só procuro não exagerar, faço coisas mais simples.

Nosso lema é ir devagar, sem culpa, sem estresse, sem cobranças, cada um no seu ritmo, no seu entendimento, apenas um lembra ao outro quando alguém esquece, como por exemplo, às vezes um convida o outro para ir ao shopping, e o outro lembra a ele que é shabat, e levamos na esportiva, sem brigar um com o outro. Não há esse peso com a gente, não colocamos peso no ombro do outro, não cobramos, estamos aprendendo juntos.

O que sempre digo a quem está começando é isso, devagar, sem estresse, sem cobrança, um dia de cada vez, conforme for sendo convencido pelo Eterno. Não podemos ser exagerados e parar com tudo de uma vez. O ideal é mudar os hábitos aos poucos, ouvindo o Eterno, conversando, compartilhando o que tem meditado, um ajudando o outro, cada um no seu ritmo.

Na prática, fazemos mais ou menos assim. Na quinta e na sexta-feira durante o dia procuro deixar tudo pronto, preparando alimentos e limpando a casa. No sábado acordamos mais tarde, não temos horário certo, é quando cada um acha que deve acordar. Tomamos café.

Depois cada um pega seus livros, senta no sofá ou na rede, e fica um tempo lendo. Normalmente eu leio a Torah, acompanhando a parashá da semana, a porção semanal. Tenho uma Bíblia que traz a marcação da parashá e fica fácil de acompanhar. Também tenho outros livros que leio nesse período. Meu marido lê os livros dele e de vez em quando um interrompe o outro para compartilhar algo interessante.

Depois da leitura, às vezes cochilamos um pouquinho, eu costumo entrar na internet e ler uma meditação de um rabino sobre a parashá da semana. Depois almoçamos. E depois do almoço às vezes dormimos de novo.

Bem, isso é o básico, quando não temos algum compromisso fora de casa. Porque não deixamos de participar de algumas atividades sociais. Entendemos que guardar o shabat é também fazer boas obras, e visitar uma tia idosa, por exemplo, é uma boa ação.

E de vez em quando marcamos alguma atividade com os amigos, um passeio na Floresta, na Lagoa, um encontro na casa de uma das famílias. Mas não temos encontros regulares, não temos culto, não temos liturgia. É um grupo de amigos conversando e comendo juntos. Quando vamos a parques, brincamos, jogamos bola, corremos, pulamos, jogamos jogos de mesa.

Há uma família que conhecemos e que está nesse processo há cerca de 20 anos. E aprendemos com eles que sábado é dia de alegria. Eles brincam, se divertem, descansam. Eles moram em outro estado e estivemos na casa deles recentemente e vimos de perto como é isso para eles. Foi uma experiência tremenda.

Eles têm uma rotina rigorosa durante a semana, acordam cedo e dormem cedo. Cada um tem sua tarefa de estudos e trabalho em casa. Mas pra eles o shabat é de deleite, um dia de alegria, então eles criaram uma forma de marcar isso bem forte e as crianças anseiam pela chegada do shabat e comemoram isso.

Quando chega o pôr do sol na sexta-feira eles param tudo o que estão fazendo e as crianças tomam banho e se arrumam para o shabat. E a partir daí eles ficam livres para fazerem o que quiserem, brincar, descansar, e a rotina fica mais leve, não precisam dormir muito cedo e no sábado podem acordar mais tarde, cada um no seu horário. E durante o shabat eles fazem o culto pela manhã e depois brincam o resto do dia, comem biscoitos, saladas de frutas e petiscos durante o dia e quando termina o shabat eles se reúnem para jantar. Então no sábado não há almoço formal na casa deles.

E o que achei mais legal é que eles têm uma caixa com brinquedos especiais e na caixa tem o rótulo “brinquedos de sábado”, ou seja, as crianças só podem brincar com eles no sábado. E elas fazem uma festa

Quando termina o shabat a rotina volta ao normal, cada um com sua tarefa e no domingo pela manhã é dia útil para eles, como toda a semana, estudam, trabalham, renovados pelo descanso do shabat.

Gostei demais de ver isso de perto. Eu já sabia que o shabat para eles era dia de brincadeiras e alegria, pois tinha visto as fotos da família em um dia assim, mas ver de perto foi muito melhor.

E aqui também é parecido. Quando chega o pôr do sol no sábado, quando termina o shabat, tenho me policiado e me obrigado a trabalhar de propósito, para quebrar paradigmas, para mudar hábitos, para quebrar espiritualmente a mentira de que domingo é o dia sagrado, então no sábado à noite vamos ao mercado, ao shopping, lavo louça, lavo roupa. Domingo pela manhã, quando não há compromissos fora de casa, tenho uma disposição sobrenatural e cuido da casa como se fosse dia de semana, faço questão principalmente de lavar roupa, para mudar minha mente, porque cresci ouvindo que domingo era dia sagrado e preciso quebrar isso na minha mente. Mas não somos do tipo que não sai aos domingos. Se queremos passear, aproveitamos a folga do meu marido no trabalho e saímos, sim. Mas se ficamos em casa, trabalhamos normalmente e fazemos questão de lembrar que domingo é o primeiro dia da semana, então o final de semana acaba no sábado à noite.

E assim tem sido a cada shabat e cada vez mais temos experimentado descansar no Eterno, confiar que ele é o nosso provedor, lançar sobre ele toda a ansiedade e sentir nossas forças sendo renovadas para mais uma semana de atividades.

Por isso, shabat shalom a todos. Que o Eterno nos capacite a obedecê-lo.


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