Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Minha trajetória de desconstrução 2

O tempo vai passando e eu aqui pensando em tudo o que tenho vivido nesses últimos anos, principalmente há quase oito anos, depois que começamos a fazer libertação e teshuvah, e há quase três anos, que além de viver mais intensamente a teshuvah, temos vivido a desconstrução do sistema eclesiástico.

Quando paro e olho para trás e vejo o que o Eterno fez na nossa vida e onde ele nos tem levado, fico maravilhada. Jamais poderia imaginar que tudo isso aconteceria conosco. Lógico que nunca me passou pela cabeça deixar de ser membro de uma igreja. É como diz o autor do artigo que li: “Se tivesse vislumbrado meu futuro acho que teria um ataque de desespero ao saber que um dia deixaria de frequentar igreja. Hoje olhando para trás, quase fico constrangido com o modo como eu pensava e vivia minha fé”.

Quase tudo aquilo que escrevi em Minha trajetória de desconstrução está valendo. A cada dia sinto o Eterno confirmando que estou no caminho certo. E sinto na pele também o inimigo confirmando isso, porque os ataques não param, a perseguição continua e as afrontas são visíveis a olho nu. Mas umas coisas mudaram, sim, e escrevi sobre algumas delas no texto que colei no final, para quem não leu no blog Libertação.

E houve outras mudanças que não citei. Uma delas é que não estamos mais nos reunindo na sexta ou no domingo, toda semana, como fazíamos. Entendi que a desconstrução tem que ser total e não pela metade. E fazer reuniões todo final de semana, com obrigação de preparar local, lanche, estava se transformando em outro caixote. Era cansativo e não nos dava liberdade para viajar, visitar os amigos e familiares. Então demos férias às reuniões e continuamos nos encontrando esporadicamente, às vezes na casa de alguém para debater algum assunto novo, às vezes tomamos café no shopping, ou às vezes, o que eu prefiro, saímos para passear e aproveitar os espaços ao ar livre maravilhosos que temos no Rio de Janeiro. Como o amigo Marcos costuma dizer, preferimos culto ao ar livre. E nos passeios brincamos, corremos, gastamos calorias e conversamos muito, compartilhando o que o Eterno tem feito na vida de cada uma. Sem liturgia, sem religiosidade, sem pauta. Completamente livres.

Nosso foco sempre foi e continua sendo fortalecer as famílias. Com os membros de cada família orando e estudando juntos, vivendo o Reino diariamente. Entendemos que o Eterno não criou igreja institucional, ele criou a família. E temos visto o quanto isso é importante, a família aprendendo unida, como manda a Torah, “Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar” (Deuteronômio 6.7). Ou seja, vivendo o Reino todos os dias, em qualquer lugar.

Claro que havia até uma vaga ideia de talvez um dia criarmos uma igreja diferente – até porque essa era a orientação e expectativa de quem nos deu cobertura no início da caminhada fora do sistema. Mas hoje vejo que não era esse o plano do Eterno, de jeito algum. E agradeço a ele por isso. A liberdade que vivemos não tem preço.

Como sempre digo e vale repetir: Não quero trocar seis por meia dúzia, nem uma jaula pela outra. Não quero desconstruir um caixote e construir outro. E por isso não poderíamos montar uma comunidade formal. No processo de desconstrução, não basta apenas destruir o que existia de errado, é preciso construir algo novo no lugar. E para mim, só posso substituir o que deixei para trás se tiver total certeza de que é por algo absolutamente verdadeiro. Mas onde encontro isso? Eu sei o que NÂO é, mas ainda não sei O QUE É. Não tenho certeza de nada. Estou em busca da verdade e tem que vir de uma fonte muito segura. Como costumo dizer, há coisas que só faço se um anjo aparecer no meu quarto.

O fato é que hoje não vejo um grupo em que possa me encaixar. Até procuramos no início, mas agora fico com dois pés atrás. Porque, como já disse no primeiro texto, as pessoas desconstroem pela metade e não têm paciência para esperar a verdade ser revelada e se colocam em novas jaulas. E ainda criticam tudo que aparecer de novo, dizendo que é heresia, que não é do Eterno. Elas param no meio do caminho. Montam só um pedaço do quebra-cabeça e estacionam. E eu quero desconstruir tudo e não metade. Enquanto não souber a verdade, de fonte fidedigna, prefiro ficar reclusa, ouvindo apenas o Eterno.

Quando ouço falar de alguma comunidade vivendo desconstrução, fico observando, investigo tudo, até as páginas dos participantes nas redes sociais. Sim, porque hoje não me considero evangélica, não sou evangélica e tenho vergonha de me identificarem assim. Sei que muitos se escandalizam com essa minha afirmação, mas é isso mesmo. Se ser evangélico é negar a Torah, ou melhor, algumas partes, porque escolhem o que vão cumprir (sempre digo: se pode comer carne de porco, pode adulterar), então não sou evangélica. Se ser evangélico é fazer festas com as mulheres competindo para ver quem vai mais indecente, definitivamente não sou evangélica. Se ser evangélico é fazer festa caipira, coisa que foi sempre tão criticada pelas igrejas evangélicas e agora todo mundo faz e põe nome diferente, então não sou evangélica mesmo. E a lista é grande, melhor parar por aqui, só para dar alguns exemplos.

E fujo dos grupos que se dizem igrejas caseiras. Normalmente copiam o mesmo modelo de igreja institucional, só que a reunião é na casa de alguém, então seria uma mini-igreja. Mas para continuar nesse modelo, fica faltando a qualidade das grandes igrejas e haja ouvido para aguentar músicas desafinadas, sem instrumentos etc. Isso é trocar seis por três, pior do que trocar seis por meia-dúzia. Em grupos pequenos eu prefiro o modelo discipulado. E depois de ler Cristianismo pagão? para mim é impossível viver o modelo auditório, com a liturgia cantar-cantar-cantar e sentar para ouvir sermão. Isso é uma tortura. O modelo auditório para mim é bom quando são palestras ou cursos, de preferência sem o momento de cânticos no início, que tira o tempo do estudo e parece que é para matar o tempo, enquanto os atrasados vão chegando.

Isso sem falar nas manipulações descaradas da massa, nas manifestações de alma e na exploração do bolso do povo. Depois que vi o documentário Os deuses da Nova Era, fiquei assustada, porque vi ali as técnicas desses cultos esquisitos que via por aí. E depois assisti ao filme Fé demais não cheira bem e tive quase certeza de que os pregadores e líderes de igrejas modernos estudaram na mesma escola do personagem do filme. É igualzinho. Qualquer semelhança não é mera coincidência. Muito sinistro.

Infelizmente até dentro do judaísmo messiânico há uma grande diversidade de pensamentos e práticas e muita, muita religiosidade. Enfim, hoje respondo que sou filha do Eterno, creio no Messias e sigo a Torah, mas não tenho religião, nem sou de igreja nenhuma.

Na cabeça das pessoas só há duas opções: ou se está na igreja, ou se está no mundo. Mas existe a opção de não estar no sistema e ter intimidade com o Eterno. E essa foi a minha escolha. Não vou à igreja, mas não sou mundana, nem desviada. Não vou à igreja, mas também não vou a bailes gospel e não toco funk gospel nas minhas festas. Não vou à igreja, mas não aceito essas roupas indecentes que a moda quer que engulamos. Não vou à igreja, mas também não faço festas pagãs na minha casa. Eu é que fico escandalizada com tanto mundo dentro das igrejas.

Enfim, continuo na minha caminhada e busca da verdade. Vivendo um dia de cada vez. Sem estresse, sem pressa, aprendendo devagar, com o Eterno, praticando aquilo que ele vai me ensinando com paciência, trazendo primeiro um incômodo na minha mente, que vai crescendo até eu pesquisar e descobrir que realmente algo não é apropriado e abro mão de coisas que fazia ou comia, sem sentir peso por isso, sem sentir falta, simplesmente obedecendo.

E é isso que eu quero, obedecer ao Eterno e cumprir a Torah, como o Messias cumpriu e nos deixou esse exemplo. E me sinto cada dia mais livre para adorar e servir ao Eterno. E estou amando ser livre.

Shalom.


Segue texto citado (atualizado)

O que mudou depois da teshuvah? 

“A experiência que tive nos momentos de comunhão com o Eterno tornou repulsivas todas as coisas que não estavam de acordo com Ele.” Frank Laubach
"O homem que tem uma experiência nunca ficará à mercê daquele que só tem argumentos." "Então, eu tive aquele encontro com o Eterno do qual nunca me recuperei". Tommy Tenney
“...uma coisa eu sei: Eu era cego, e agora vejo!” João9.25b


Entre libertação e teshuvah quase nada mudou. Quem acompanha meu blog pode estar pensando que não creio em mais nada sobre libertação ou que abandonei tudo que escrevi no meu livro depois que comecei a fazer o retorno à Torah, teshuvah. Mas não é nada disso. Praticamente tudo do meu livro eu ainda creio e sigo. Mudou muito pouca coisa. Porque libertação tem tudo a ver com teshuvah, com retorno à Torah. Inclusive na Torah tem até um dia inteiro por ano para fazer uma faxina espiritual, que é Yom Kipur, o Dia do arrependimento. Então, confessar pecados tem tudo a ver com Torah.

Sim, alguma coisa realmente mudou. E uma delas é o entendimento sobre dízimo e vou falar mais à frente sobre isso. Mudou também o entendimento sobre conquista de cidades. Isso mudou radicalmente. Não creio mais em unidade dos evangélicos. E o último evento de intercessores que participei foi a gota d'água para que eu perdesse a fé em rede apostólica, torres de oração etc.

Eu era militante de conquista de cidades. Os vídeos Transformações eram uma inspiração e sonho. Comecei a campanha Um minuto pelo Rio e inciei uma torre de oração na minha região. Enfim, eu era ativista de carteirinha de unidade e transformação.

Mas quando comecei a fazer teshuvah de maneira mais completa, algumas coisas começaram a me incomodar. Uma delas foi sobre alimentação, e isso ficou muito claro em um evento interdenominacional que participei e fiquei quase sem ter o comer no almoço, porque em quase todos os pratos servidos havia carne de porco (linguiça, presunto etc), este incidente está relatado no meu blog.

A cada reunião da torre que eu participava e cada email sobre o assunto que eu recebia, ia ficando mais e mais inquieta sobre essa questão da unidade. Eu não me sentia em unidade com pessoas que rejeitavam a Torah por inteiro, que só aceitavam uma parte da Torah e rejeitavam a outra parte. Não conseguia mais orar junto com eles, não conseguia mais concordar com suas orações.

E hoje não creio mais em unidade. Não nessa unidade que os evangélicos pregam. Porque eles acham que unidade só engloba os evangélicos de uma única linha de pensamento. Mas há evangélicos que seguem outros mandamentos da Torah e que não são seguidos pela maioria, como alimentação e guarda do sábado. Mas esses são excluídos da unidade. E os judeus-messiânicos nem são citados ou convidados para essa suposta unidade.

E hoje para mim, unidade tem outro sentido completamente diferente. Para mim a Torah é a unidade. Eu creio na unidade com Israel, com as festas bíblicas e não pagãs, com o cumprimento da Torah, como o Messias cumpriu.

Por isso não creio mais em unidade, em conquista de cidades ou torre de oração. Por isso cancelei a torre que dirigia e não participei mais dos eventos de intercessores.

Sempre lembro das palavras do Messias, quando disse que a nossa unidade irá fazer com que o mundo o reconheça, e ele estava falando para Israel. Nossa unidade com Israel é o retorno à Torah. A Torah é essa unidade e é nisso que creio hoje.

Ainda creio em libertação, mas como antes, hoje mais ainda, sou totalmente a favor da autolibertação, sem intermediários. E mais ainda sou contra o exorcismo e ministério do "sai-sai". E mais ainda sou contra o misticismo, os efeitos hollywoodianos e outras práticas estranhas, com muita alma e pouca razão.

E teshuvah sem libertação não funciona. Não adianta apenas parar de fazer as coisas erradas e passar a fazer as certas, não adianta começar a cumprir a Lei e não consertar o passado, ou seja, o início da teshuvah deve ser a libertação, confessar os pecados do passado, reconhecer que errou, e então, depois de confessar, começar o processo de teshuvah, do retorno à Torah, de obediência às leis do Eterno. Teshuvah e libertação devem caminhar juntas.

E estou em busca de toda a verdade e não parte dela. Nesse processo de teshuvah e desconstrução que estou vivendo observei algumas coisas interessantes sobre a verdade.

Nas nossas leituras, pesquisas e muita conversa com o Eterno, percebemos que parece que a verdade foi espalhada pelos vários grupos religiosos, cada um tem uma parte pequena da verdade. Como assim?

Por exemplo, alguém no passado teve a revelação de 10% da verdade e isso começou a aquecer seu coração. Então ele criou um grupo para ensinar a revelação que teve, mas ela não é toda a verdade, é apenas 10%. Como ele não tem os outros 90% da verdade, isso eu que acho, ele inventa um monte de regras e fórmulas humanas – e muitas de inspiração duvidosa. E assim foram criados vários e vários grupos religiosos. Cada um tem uns 10% da verdade, mas não tem humildade para reconhecer os 10% de cada um dos outros grupos e assim completar os 100%.

E a parte cômica e trágica disso é que cada um passou a se achar o dono de toda a verdade e dizer que os outros são hereges, seitas etc etc.

Por isso hoje não me encaixo em nenhum desses grupos religiosos e nem quero criar um outro grupo. Simplesmente estou em busca da verdade por completo e quero montar o quebra-cabeça. Quero encontrar todas as partes espalhadas.

Não quero 10% de verdade e 90% de mentira. Quero conhecer de fato a verdade e ser liberta de verdade. Cada vez mais livre. Amando ser livre.

P.S.: Leia três histórias que ilustram sobre ver só uma parte X ver o todo.

P.S.2: Lembrei-me de outro conceito que foi revisto depois da teshuvah, é o conceito de autoridade. Além de não acreditar mais no ensino de autoridade que o sistema religioso impõem, a tão falada autoridade espiritual, ou seja, que todos devem estar debaixo de uma autoridade humana, não existe isso na Torah, nem no chamado Novo Testamento (não vou discorrer sobre isso, uma simples pesquisa na internet vai trazer muitos artigos sobre o assunto). Além disso, também revi o conceito de submissão ao marido que a religião tanto prega. E também quero pedir perdão pelo que escrevi no meu primeiro livro e ter compactuado com esse ensino deturpado.
Continuo honrando meu marido, continuo reconhecendo a autoridade dele e o papel dele na nossa casa. Mas revi completamente a submissão da mulher que Paulo e os líderes religiosos ensinam (leia um trecho abaixo). A Torah não fala sobre isso, e entre Torah e Paulo, fico com a Torah, sempre.
Hoje entendo a tristeza que via nos olhos de muitas mulheres dentro do sistema religioso, por serem podadas, anuladas, impedidas de levantarem voo por líderes manipuladores e invejosos.
Hoje posso entender a tristeza de muitas esposas que se sujeitavam a maridos misóginos porque a religião ensinava que elas deveriam ser submissas. Quantas histórias ouvi de líderes religiosos que batiam em suas esposas. E quem quiser saber mais sobre misoginia, escrevi alguns textos sobre o assunto no meu blog.
O que eu entendo hoje é que homem e mulher têm papéis bem definidos e diferentes. E quando cada um reconhece e assume o seu papel dentro do lar, há harmonia e paz. Muitos vão pensar que regredi, mas não regredi, e sim voltei à origem, ao plano original do Eterno. Para mim está bem nítido que o homem é o provedor e administrador das finanças e a mulher a administradora do lar, a líder espiritual e educadora dos filhos. Por isso hoje defendo a volta ao lar (leia o livro) para as mulheres, e foi o que eu fiz, e hoje sou dona de casa e complemente realizada e feliz, sem a menor saudade de trabalhar fora, e sem qualquer frustração por ter abandonado a carreira profissional no sentido tradicional, porque continuo exercendo minha profissão de jornalista com meu blog, livro e nas redes sociais. Sim, claro que há casos e casos, mas se a mulher não precisa trabalhar, se ela tem um marido provedor, o lugar dela é em casa, principalmente educando os filhos. E não estou sozinha, muitas amigas minhas estão vivendo a volta ao lar e também não se arrependem, algumas me dizem que se sentem mais leves assim. Eu também.
Para mim não é mais o marido manda e a mulher obedece cegamente. Para mim ambos têm o seu papel de liderança definido, e cada um deve respeitar a autoridade do outro. E quando isso acontece, não há conflitos. A mulher administra a rotina da casa, e cabe ao marido acatar e apoiá-la, principalmente quando o casal tem filhos, porque o homem precisa dar o exemplo. Normalmente é a mãe que ensina o filho a mastigar com a boca fechada, por exemplo, e muitas vezes ela tem que corrigir o marido primeiro, para que ele dê o exemplo. Se o marido não "obedece", como o filho vai obedecer? Da mesma forma o marido deve comer legumes, verduras e frutas (ah, como tenho visto maridos que não dão esse exemplo, rsrsr). E aí cabe a mulher "ensinar" primeiro ao marido, rsrs. Não tenho a menor dúvida de que a mulher é a educadora do lar, e o marido precisa estar "submisso" a essa função, seguindo a máxima de todos que ensinam sobre educação de filhos, que os pais não devem discordar na frente das crianças sobre a educação delas.
E a liderança espiritual também é papel da mulher, ao contrário do que os líderes religiosos querem nos forçar a acreditar. E por termos acreditado nessa mentira por tanto tempo, hoje temos uma geração de mulheres frustradas, esperando eternamente que os maridos sejam os educadores espirituais do lar, e ele não fazem isso, não é natural deles. A esposa espera que o marido tome a iniciativa, e ele normalmente não toma, porque não está no seu DNA. E a mulher que foi podada pelo ensino mentiroso fica se remoendo por dentro, porque a iniciativa dela quer pular para fora, mas tem medo. As mães foram roubadas de seu papel (leia meu desabafo), e isso resultou em lares e filhos desestruturados. Mas quando a mãe assume o seu papel, tudo vai bem. Ela passa a orar com as crianças antes de dormir, ou escala o marido para fazer isso algumas vezes (ela é quem administra, é função natural dela), ela assume a educação espiritual das crianças, ela ora pelo marido o dia inteiro, enquanto ele está na "guerra" do trabalho, e pelos filhos quando estão na escola. Ela ensina a Torah para os filhos, e até para o marido, "andando pelo caminho, sentados em casa". E quando a mulher assume sua liderança espiritual, acaba a frustração e tira o peso das costas do marido.
Cada um no seu papel, cada um na sua função. Sem que um "mande" no outro. Apenas seguindo o que já foi definido no nosso DNA, naturalmente.


Leia o trecho do texto do blog:

"A absolvição das mulheres – Depois que fui apresentada a essa doença [misoginia], as mulheres foram absolvidas e minha visão sobre submissão mudou completamente. Interessante que li um texto recentemente (Mulheres, calem-se?) sobre as deturpações dos ensinos de Paulo sobre submissão e agora ficaram muito mais claros quando entendi a misoginia.

E depois dessas duas revelações, entendi que o ensino da distorcida submissão feminina – e que defendi no meu livro e agora peço perdão – reforça e incentiva a misoginia na família e na sociedade, principalmente no meio religioso.

Hoje percebo que isso roubou o papel correto da mulher e prejudicou tantas crianças, as verdadeiras vítimas de toda essa situação, que cresceram e se tornaram misóginos, de geração em geração. Claro que sei que isso é um plano diabólico, mas me revolta que o âmbito religioso tenha sido o maior propagador desse ensinamento totalmente errado.

A mulher tem dentro de si uma força natural de liderança, mas isso foi roubado, podado por essas interpretações distorcidas. Se homens e mulheres compreendessem seu verdadeiro papel e caminhassem em equilíbrio, seria perfeito. Mas aí não estaríamos vivendo nesse mundo decaído. Ainda bem que o Reino do Eterno está chegando para restaurar todas essas coisas."

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Dica de leitura: Religião: Eu quero o divórcio

"Religião, você me seduziu, você me enlaçou, você me enlevou. Eu te conheci quando O conheci. Achei que você fosse como Ele, achei que você tinha os mesmos valores Dele. Não te achei perigosa, suas intenções me pareciam tão elevadas e nobres. Continue lendo.

sábado, 13 de novembro de 2010

Os misóginos que conheci e a absolvição das mulheres

Quanto mais mergulho na pesquisa e medito no assunto misoginia, mais me dá vontade de bater muito em um saco de areia – para não bater nos misóginos que conheço, afinal, sou contra a violência. Claro, não quero pecar, mas estou irada!

Meu estômago está revirado há dias, minhas entranhas se contorcendo, um frio intenso na barriga, ansiedade, insônia, porque, a mente não para de pensar, pensar, pensar, enfim, meus sintomas de assunto-bomba e de revelações chegando aos montes. Sinto que vou explodir.

Meu marido não é misógino, o Eterno me poupou disso. Mas fico me perguntando por que esse assunto mexeu tanto comigo e a resposta vem direta: porque conheci muitos, muitos misóginos. E olho para os lados, relembro situações, vejo que estamos cercados por essa doença. E é muito mais grave do que imaginamos ou pensamos. É uma pandemia, com certeza.

Explico porque penso assim. O livro Homens que odeiam suas mulheres... é perfeito, traz uma visão ampla do assunto, é de fácil leitura, tem muitos exemplos reais de relacionamentos misóginos. Mas o livro trata da forma mais grave da misoginia, que são os homens muito agressivos, os que partem para a violência física. Mas vou lendo e pensando nos homens misóginos que conheci e muitos não se encaixariam nesse perfil.

E é aí chego à conclusão de que o assunto é muito mais grave, porque percebo que a maioria dos homens tem tendência à misoginia e muitos não desenvolvem a doença porque as mulheres se posicionam. E acredito nisso porque nossa sociedade incentiva a misoginia. É só lembrar das piadas que escutamos desde crianças, tipo “o homem não sabe porque está batendo, mas a mulher sabe porque está apanhando”. Posso estar enganada, mas é nisso que penso como mera observadora da vida. Então, é essa forma mais sutil de misoginia que identifico na sociedade e é dela que tenho mais medo. Para entender melhor, vou tentar fazer um retrato dos misóginos que conheci ao longo de toda minha vida, inclusive na infância.

Uma das minhas primeiras percepções é que um dos tipos de misóginos são homens que não gostam de estudar. Alguns destes até gostam de trabalhar ou não fogem do trabalho, mas são completamente acomodados nos estudos, eles se contentaram com muito pouco e  se conformaram com uma vida medíocre, eu diria. Desconfio que alguns não querem estudar porque assim acabarão fazendo com que suas esposas queiram estudar também, para que seus maridos não tenham vergonha da pouca escolaridade delas, para poderem se sentir bem com os amigos do marido, é assim que acontece geralmente. Mas se isso acontecer, elas vão ter o temido resultado da educação, que é mente aberta, conhecer seus direitos e não se deixar enganar com facilidade. E tanto os misóginos quanto o sistema demoníaco do mundo querem que as pessoas continuem limitadas em sua inteligência, porque assim é mais fácil manipulá-las.

E alguns desses que não gostam de estudar não gostam também de trabalhar. São do tipo que reclamam do trabalho, do chefe, o tempo todo e não param nos empregos. Sempre contam uma história de que foram injustiçados, são sempre as vítimas. E normalmente são sustentados pelas mulheres, mas não gostam do trabalho das esposas, reclamam, criticam, desmerecem o emprego delas, a profissão delas.

Aliás, os dois tipos implicam dia e noite com o trabalho das esposas. Alguns casam com mulheres que estudaram e tinham uma carreira profissional promissora, mas eles sentiam vergonha por não terem estudado, principalmente quando saíam com os amigos do trabalho delas, eles se sentiam deslocados e sem assunto. Mas ao invés de se esforçarem para terem um diploma, alguns se colocam em uma clausura, criticando agressivamente os amigos das mulheres e impedindo que elas avancem na vida profissional. E acabam afastando as esposas dos amigos delas.

Notei que um que pegava no pesado sem reclamar, dava duro de sol a sol, não permitia que a esposa trabalhasse. Proibiu. Mas ele não correu atrás, não estudou e não deu a ela a boa vida que deveria ter vindo junto com a proibição. Uma coisa é a opção da mulher não querer trabalhar fora, outra é proibição. Para proibir ele tinha que ser muito bom provedor.

E aí entra a forma mais sutil de misoginia, que me assusta, porque muitos não proíbem a esposa de estudar ou trabalhar, mas vivem dizendo: “Não proíbo, mas por mim ela não trabalha” ou “Eu prefiro que ela não trabalhe” e coisas parecidas, que são ditas tantas vezes que acabam fazendo a mulher desistir dos seus objetivos.

Lembro também de pelo menos cinco misóginos que tinham pressa de casar. Uns compraram alianças com menos de um mês de namoro. Exatamente como o livro diz, que eles querem prender logo a mulher, antes que ela perceba quem eles são.

Percebi que a maioria tinha um ciúme exagerado. Conheci dois que seguiam as namoradas na rua, vigiavam escondidos. É sério, eu vi isso acontecer quando era adolescente. Sou testemunha ocular. Outros faziam questão de levá-las e buscá-las na escola, no trabalho etc, vigiavam descaradamente mesmo, com a desculpa de que estavam protegendo da violência. E havia um misógino que conseguiu convencer a esposa de que gostava mais quando ela não cuidava de um certo detalhe em sua aparência, mas no meu entendimento ele queria mesmo é que ela ficasse feia por causa do ciúme dele, porque o que ele disse que era bonito, de jeito nenhum era bonito.

São muitas histórias, muitas mesmo. E a minha conclusão é que a sociedade está infestada com essa forma mais suave da misoginia e as mulheres estão sendo oprimidas e humilhadas e roubadas do seu papel o tempo todo. Por isso tantas com depressão, com estresse, doentes. Mas infelizmente não se fala disso. E o pior é que muitas mulheres, quando são confrontadas, estão cegas e negam que os maridos têm problema. A autora do livro fala muito sobre isso, como o trecho que publiquei aqui em outro post. Precisamos fazer alguma coisa urgente.

A absolvição das mulheres – Depois que fui apresentada a essa doença, as mulheres foram absolvidas e minha visão sobre submissão mudou completamente. Interessante que li um texto recentemente (Mulheres, calem-se?) sobre as deturpações dos ensinos de Paulo sobre submissão e agora ficaram muito mais claros quando entendi a misoginia.

E depois dessas duas revelações, entendi que o ensino da distorcida submissão feminina – e que defendi no meu livro e agora peço perdão – reforça e incentiva a misoginia na família e na sociedade, principalmente no meio religioso.

Hoje percebo que isso roubou o papel correto da mulher e prejudicou tantas crianças, as verdadeiras vítimas de toda essa situação, que cresceram e se tornaram misóginos, de geração em geração. Claro que sei que isso é um plano diabólico, mas me revolta que o âmbito religioso tenha sido o maior propagador desse ensinamento totalmente errado.

A mulher tem dentro de si uma força natural de liderança, mas isso foi roubado, podado por essas interpretações distorcidas. Se homens e mulheres compreendessem seu verdadeiro papel e caminhassem em equilíbrio, seria perfeito. Mas aí não estaríamos vivendo nesse mundo decaído. Ainda bem que o Reino do Eterno está chegando para restaurar todas essas coisas.

Algumas mulheres que eu acreditava serem as opressoras na história foram absolvidas com essas revelações. Percebo que elas estavam se defendendo e gritando por socorro. Enquanto elas eram torturadas em segredo, dentro dos seus quartos, algumas pareciam maltratar seus maridos em público, fazendo com que as pessoas pensassem que elas é que eram más. E os homens, por sua vez, faziam cara de vítima e se fingiam de bonzinhos para as pessoas. E a nossa visão da história era completamente deturpada, as vítimas se tornaram vilãs e os verdadeiros vilões posando de coitadinhos.

Enfim, ainda estou pesquisando e meditando sobre tudo isso, mas tenho um grito preso na garganta e por isso estou tão irada.

Só agora consigo entender tanto sofrimento das mulheres que foram oprimidas por homens misóginos e agora sei o que elas passaram. Só agora entendo os livros que li sobre a liderança das mulheres. E espero que mais pessoas comecem a entender isso e haja uma restauração do verdadeiro papel da mulher na sociedade.

E que o Eterno tenha misericórdia de nós e nos perdoe por tamanha violência. E que as escamas dos nossos olhos caiam e que as mulheres que estão debaixo desse jugo doentio consigam enxergar a verdade e se libertem verdadeiramente.

Dica de vídeo: As duas casas de Israel

São quatro partes, veja as outras no Youtube. Vale a pena.

 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Receitas e dicas 28 - Azeite temperado



Olá. Minha horta está meio fraquinha, mas ainda tenho alguns poucos temperos. E vim aqui mostrar a minha dica de azeite temperado. Coloquei raminhos de alecrim, manjericão e orégano dentro do vidro do azeite e o resultado é este aí na foto. Além de ficar lindinho, o azeite fica perfumado e delicioso.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Misoginia é doença e crime

Novamente quero esclarecer que não é o meu caso, pela misericórdia do Eterno, mas este assunto tem caído nas minhas mãos de forma sobrenatural. E sei que o Eterno quer me usar para alertar as mulheres da minha geração. Por isso compartilho abaixo uma parte da introdução do livro Homens que odeiam suas mulheres e as mulheres que os amam, de Susan Forward e Joan Torres (Editora Rocco)

Ajude a divulgar este assunto. Misoginia é doença e crime. MULHER, você pode estar casada com um misógino e não sabe. Informe-se e descubra as saídas. HOMENS misóginos, assumam que têm problema e procurem ajuda. Misógino é anjo e demônio, o médico e o monstro. Num dia é maravilhoso, romântico, no outro é ciumento, violento, assustador, ou entregue a um silêncio torturante por dias seguidos. A maioria dos casos acaba em agressão física.

Por favor, protejam nossas meninas, cuidem de suas filhas, para que não caiam nas mãos de misóginos.

E por falar em misoginia... "Aplicação da lei Maria da Penha tem diferentes realidades no país"

Leia o trecho do livro:

Uma introdução pessoal

“Ninguém em seu juízo perfeito ficaria com alguém em meu estado. Jeff só continua comigo porque me ama.”

Quando me procurou pela primeira vez, Nancy estava 30 quilos acima do seu peso e tinha uma úlcera. Usava jeans velhos e largos e uma bata informe; os cabelos estavam desgrenhados, as unhas roídas até o sabugo, as mãos tremiam. Ao casar-se com Jeff, quatro anos antes, era uma elegante coordenadora de uma grande loja de departamentos de Los Angeles. Viajara a trabalho pelo Europa e pelo Oriente, selecionando estilistas para a loja. Sempre se vestira na última moda e saíra com homens fascinantes; já aparecera em diversos artigos sobre mulheres bem-sucedidas em Los Angeles – e conseguira  isso antes de completar 30 anos. Mas quando a conheci, aos 34 anos de idade, estava tão envergonhada de sua aparência e da maneira como se sentia em relação a si mesma que quase nunca saía de casa.

O declínio do amor-próprio de Nancy parecia ter começado quando ela se casara com Jeff. Quando a interroguei a respeito do marido, no entanto, ela iniciou uma longa lista de superlativos.

“Ele é um homem maravilhoso. É encantador, espirituoso e dinâmico. Está sempre fazendo coisas por mim – mandou-me flores para comemorar o aniversário do primeiro encontro. No ano passado, no meu aniversário, ele comprou de surpresa uma passagem para a Itália.”

Ela contou que Jeff, um advogado ativo e vitorioso no ramo do show busines, sempre encontrava tempo para estar em sua companhia. Apesar de sua aparência atual, ele ainda queria que o acompanhasse a todos os jantares e viagem de negócios.

“Eu adorava sair com ele e seus clientes, porque sempre ficávamos de mãos dadas, como namorados na escola secundária. Sou a inveja de todas as minhas amigas por sua causa. Uma amiga chegou a comentar: ‘Você tem um marido muito especial, Nancy.’ Eu sei que ele é mesmo especial. Mas olhe para mim! Não entendo o que aconteceu. Eu me sinto deprimida o tempo todo. Tenho de me recuperar ou vou perdê-lo. Um homem como Jeff não precisa perder tempo com uma esposa como eu. Pode ter a mulher que queira, até mesmo estrelas do cinema. Tenho sorte por ele ficar comigo tanto tempo.”

Enquanto escutava Nancy e observava sua aparência, perguntei a mim mesma: “O que há de errado neste quadro?” Havia uma contradição básica. Por que uma mulher competente e ativa haveria de ficar tão por baixo num relacionamento amoroso? O que lhe acontecera nos quatro anos do casamento para produzir uma mudança tão grande em sua aparência e senso de amor-próprio?

Pressionei-a a falar mais um pouco sobre o relacionamento com Jeff e pouco a pouco foi surgindo um painel mais claro.

“Acho que a única coisa que realmente me incomoda em Jeff é a maneira como ele se descontrola de vez em quando?”

— Como assim? – perguntei
Ela soltou uma risada antes de responder.

“Jeff faz o que eu chamo de imitação de King Kong, gritando, armando a maior confusão. Também tem a mania de me desqualificar, como aconteceu outra noite, quando jantávamos com amigos. Jeff falava sobre uma peça e eu fiz um comentário. Ele me disse, então, rispidamente: ‘Por que não cala essa boca?’ E acrescentou para os nossos amigos: ‘Não deem atenção a ela. Está sempre dizendo besteiras.’ Fiquei tão humilhada que senti vontade de afundar no chão. E, depois, mal consegui engolir a comida.”

Nancy começou a chorar ao recordar diversas outras cenas de humilhação em que Jeff a chamara de idiota, egoísta ou insensata. Quanto ficava furioso, Jeff gritava com ela, batia portas, jogava coisas.

Quando mais eu a interrogava, mais nítido o quadro se tornava. Ali estava uma mulher tentando desesperadamente descobrir como agradar a um marido que se mostrava com frequência irado e intimidativo, porém encantador. Nancy disse que muitas vezes adormecia horas depois com as palavras cruéis de Jeff ainda ardendo em seus ouvidos. E durante o dia tinha acessos de choro sem motivo aparente.

Foi por insistência de Jeff que Nancy largara o emprego ao casar. Agora, ela sentia-se incapaz de retornar a carreira. E descreveu assim a situação:

“Agora eu não teria coragem de participar de uma reunião de negócios e muito menos fazer uma viagem de compras. Não me sinto capaz de tomar decisões, porque perdi a confiança em mim mesma.”

Jeff tomava todas as decisões no casamento. Insistiu no controle de total de todos os aspectos da vida conjugal. Supervisionava todas as despesas, escolhia as pessoas com quem se encontravam socialmente e até mesmo decidiu o que Nancy deveria fazer enquanto ele trabalhava. Desdenhava qualquer opinião de Nancy diferente da sua, gritava com ela, inclusive em público, sempre que estava insatisfeito. Qualquer desvio de Nancy do curso fixado por ele resultava numa cena terrível.

Declarei a Nancy  que tínhamos muito trabalho a fazer, mas garanti que logo ela começaria a se sentir menos acabrunhada. Comentei que teríamos de analisar seu relacionamento com Jeff e que a autoconfiança que ela pensara ter perdido na verdade não desaparecera, apenas se extraviara. Juntas, trataríamos de recuperá-la. Ao deixar aquela primeira sessão Nancy sentia-se um pouco mais firme e menos perdida. Mas eu comecei a me sentir abatida.

A história de Nancy me causava um grande impacto. Sabia que, como terapeuta, minhas reações frente a uma cliente eram instrumentos importantes. Estabeleço vínculos emocionais com as pessoas com quem trabalho, o que me ajuda a compreender mais depressa como estão se sentindo. Mas aquele caso era diferente. Eu me senti inquieta depois que Nancy se retirou. Não era a primeira vez que uma mulher me procurava com aquele tipo de problema e também não era a primeira vez que eu reagia com tanta intensidade. Não podia mais negar que o que me afetava era a certeza de que a situação de Nancy se parecia muito com a minha.

Exteriormente, eu parecia confiante, realizada – uma mulher que rinha tudo. Durante o dia, no consultório, no hospital e na clínica, trabalhava ajudando pessoas a encontrar a  confiança e um senso renovado da própria força. Mas, em casa, a história era diferente. Meu marido, como o de Nancy, era encantador, sensual e romântico, eu me apaixonara perdidamente por ele no instante em que nos conhecêramos. Mas logo descobrira que ele tinha uma fonte inesgotável de ira em seu íntimo e possuía a capacidade de me fazer sentir pequena, inadequada e desequilibrada. Insistia em controlar tudo que eu fazia, acreditava e sentia.

A Susan-terapeuta podia dizer a Nancy: “O comportamento de seu marido não parece amoroso. Ao contrário, a impressão é de que está havendo opressão psicológica.” Mas o que diria a mim mesma? A Susan eu ia para casa à noite se encolhia toda para evitar que o marido gritasse com ela. Essa Susan vivia dizendo a si mesma que ele era um homem maravilhoso, uma companhia excitante; por isso, se alguma estava errada, só podia ser culpa dela.

Ao longo dos meses seguintes estudei mais meticulosamente o que acontecia no meu casamento e nos relacionamentos das clientes que pareciam se encontrar em situações semelhantes. O que estava realmente acontecendo? Quais eram os padrões? Eram as mulheres que geralmente procuravam minha ajuda, mas era o comportamento dos homens que exigia minha atenção. Como as parceiras muitas vezes os descreviam, eram encantadores e até amorosos, mas também capazes de assumir um comportamento cruel, crítico e insultuoso, de um momento para outro. O comportamento dos homens estendia-se por um amplo espectro, da intimidação e ameaça óbvias a ataques mais sutis e disfarçados, sob a forma de constantes afrontas ou críticas erosivas. Qualquer que fosse o estilo, os resultados eram os mesmos. O homem assumia o controle ao esmagar a mulher. Esses mesmos homens também se recusavam a assumir qualquer responsabilidade pela maneira como seus ataques faziam as parceiras se sentirem. Em vez disso, culpavam as esposas por todo e qualquer incidente desagradável. 

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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Quem somos

"Mas estes sectários... não se chamavam de cristãos - mas de 'nazarenos'... contudo, são simplesmente judeus completos. Eles não só usam o Novo Testamento como também o Antigo Testamento, como o fazem os judeus... Eles não possuem diferentes idéias, mas confessam tudo exatamente como a Torah descreve e na forma judaica – exceto, porém, por sua crença no Messias. Pois eles reconhecem tanto a ressurreição dos mortos quanto a criação divina de todas as coisas, e declaram que o Eterno é Um, e que o Seu Filho é o Messias. Eles são bem treinados no hebraico. Pois dentre eles a Torah inteira, os Nevi’im (Profetas) e... os Ketuvim (Escritos)... são lidos em hebraico, como certamente o são entre os judeus. Eles são diferentes dos judeus, e diferentes dos cristãos, apenas no seguinte: Eles discordam dos judeus porque chegaram à fé no Messias; mas como eles ainda estão na Torah – circuncisão, o Shabat, e o restante – eles não estão de acordo com os cristãos... eles não são nada mais do que judeus... Eles possuem as Boas Novas de acordo com Matitiyahu completamente em hebraico. Pois está claro que eles ainda preservam-nas no alfabeto hebraico, tal qual foram escritas originalmente." (Epifânio; Panarion 29)