Publicação fixa: Argumentos lógicos X tratados teológicos

Meus textos questionando o sistema religioso e as mentiras do cristianismo são sempre com argumentos de raciocínio lógico, porque para mim vale o que está escrito sem interpretações humanas, sem oráculos para traduzir o texto... Continue lendo.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Chega de programas e festinhas...

Eis a prova de que o povo quer Bíblia, oração, comunhão, discipulado – exatamente o que o Novo Testamento ensina.
Chega de tentar ajudar o Espírito Santo, ele não precisa de ajuda.
Se festinhas e programas segurassem o povo nas igrejas, não teríamos 50 milhões de ex-evangélicos no Brasil.


Ajuste de percurso em Willow Creek
Bill Hybels reconhece: "Nós erramos"

(Carlos Fernandes, com reportagem de Leadership. Tradução: Karen Bomilcar)

Uma discussão que já se tornou recorrente no segmento evangélico de uns 20 anos para cá está ganhando novos contornos. Nestas duas últimas décadas, inúmeras igrejas e ministérios cristãos têm adotado métodos de crescimento baseados em programas especiais e fórmulas de otimização. Alguns deles têm critérios semelhantes aos adotados no mundo corporativo: estabelecimento de metas, definição de público-alvo e qualificação de mão-de-obra, entre outros. É a busca pela chamada “relevância”, termo dos mais amplos significados e que passou a designar, para muitos líderes, a própria razão de ser da obra de Deus. Por outro lado, aqueles que questionam a institucionalização do Corpo de Cristo argumentam que nada é mais eficaz do que o bom e antigo Evangelho pregado por Jesus, fundamentado na vida devocional e no discipulado olho no olho.

Pois agora, uma das igrejas que melhor expressam a ênfase em métodos de treinamento e discipulado, a Willow Creek Community Church (WCCC), sediada em Chicago (EUA), acaba de reconhecer, publicamente, que as coisas não saíram exatamente conforme o esperado. A WCCC, dirigida pelo pastor e conferencista Bill Hybels – um dos mais requisitados preletores cristãos da atualidade –, é a ponta-de-lança de uma organização de alcance internacional que envolve mais de 12 mil igrejas associadas, representando 90 denominações em 35 países, inclusive o Brasil. Há pouco tempo atrás, Willow Creek divulgou os resultados de um estudo qualitativo sobre seu ministério. O principal objetivo de iniciativa era saber que programas e atividades da igreja estavam realmente auxiliando pessoas a amadurecer espiritualmente e quais não atingiam essa meta. Os resultados foram publicados em um livro, Reveal: Where Are You? (“Revele: Onde você está?”), de co-autoria de Greg Hawkins, pastor executivo da Willow Creek. Hybels chamou os resultados de “estrondosos” e “inimagináveis”, entre outros termos de igual teor.

Em palestra no último Leadership Summit, em agosto – evento anual promovido pela Associação Willow Creek –, o dirigente resumiu os resultados desta maneira: “Algumas das coisas em que investimos milhões de dólares, pensando que auxiliariam as pessoas a crescer e se desenvolver espiritualmente, não estavam ajudando tanto”. Segundo ele, os estudos mostraram que outros aspectos mais convencionais da vida cristã – e que não requerem tantos recursos financeiros e humanos – são justamente “as coisas pelas quais as pessoas estão clamando”. E confessa, de forma literal e taxativa: “Nós cometemos um erro. O que deveríamos ter dito e ensinado às pessoas quando elas atravessaram a linha da fé e se tornaram cristãs é que devem tomar responsabilidade para se nutrirem. Nós deveríamos ter cuidado das pessoas, ensinado-as a ler suas Bíblias entre os cultos, bem como praticar suas disciplinas espirituais mais agressivamente, de forma individual”.

Em outras palavras, Hybels reconhece que o crescimento espiritual não acontece da melhor forma quando os crentes tornam-se dependentes de programações elaboradas pela igreja, mas através das práticas antigas como a oração, a leitura bíblica e a comunhão – ou seja, cultivando relacionamentos com o Senhor e com os irmãos. E, ironicamente, estas disciplinas básicas não requerem estruturas dispendiosas ou milhares de funcionários para administrar. Após trinta anos criando e promovendo uma organização multimilionária dirigida por programas, medindo a participação das pessoas neles e convencendo outros líderes de igrejas a fazer o mesmo, é possível entender porque Hybels chamou esta pesquisa de “o despertar” de sua vida adulta.

“Arrependimento” – Greg Hawkins reconhece que, para a instituição, a participação dos fiéis em seus programas é considerada um indicador importante: “Acreditamos que quanto mais pessoas participam destas atividades, com maior freqüência, serão produzidos mais discípulos de Cristo”, sustenta. Acontece que a pesquisa realizada entre a membresia revelou que esse envolvimento não é uma panacéia capaz, por si só, de melhorar o nível de comunhão com Deus. “O crescente nível de participação nestas atividades não prediz se alguém irá ou não se tornar discípulo de Cristo, nem se vai amar mais a Deus ou às pessoas”, constata o pastor executivo.

A repercussão de declarações como esta foi enorme nos Estados Unidos, de tal forma que o próprio Hawkins fez questão de emitir uma nova nota esclarecendo que a pesquisa não revelou apenas facetas das igrejas ligadas à WCCC: “Os resultados de Reveal foram baseados em trinta igrejas além da Willow. Em todas elas, encontramos seis segmentos de maturidade espiritual, incluindo alguns insatisfatórios”. Segundo o pastor, nem todas estas comunidades eram “filhas” da WCCC. “Pesquisamos congregações tradicionais, grandes denominações e igrejas afro-americanas, além de outras igrejas de grande representatividade numérica e geográfica. Portanto, Reveal nasceu como um projeto de pesquisa da Willow em 2004, mas seus resultados não incluem exclusivamente a WCCC.”

Hawkins fala abertamente em “arrependimento”, mas faz questão de lembrar que a Igreja Willow Creek já passou por outras correções de rumo. Para ele, a divulgação dos resultados da pesquisa é uma demonstração de que a organização está aberta para buscar o que Deus quer. “O nosso sonho é que sejam feitas mudanças fundamentais na forma como fazemos a igreja. Que possamos pegar uma folha em branco e repensar tudo aquilo que assumimos até agora”, diz. “Queremos repor com novas idéias, não apenas as informadas pelas pesquisas, mas as enraizadas nas Escrituras.” Mesmo assim, diz ele, está em andamento uma pesquisa ainda mais ampla, envolvendo 500 igrejas, sendo cem de fora dos EUA. Está prevista a participação de cinco igrejas brasileiras.

Reavaliação – “Durante muitos anos, o movimento da rede de igrejas de Willow tem sido atacado. Essa reação é algo que eles devem estar esperando”, destaca Carlito Paes, pastor sênior da Primeira Igreja Batista de São José dos Campos (SP), referindo-se às críticas que se seguiram à divulgação do estudo nos Estados Unidos. Ele é dirigente do Ministério Propósitos Brasil, ligado à Igreja Comunitária do Vale de Saddleback, na Califórnia (EUA). Assim como Hybels, o líder de Saddleback, pastor Rick Warren, notabilizou-se como gestor eclesiástico – seu livro Uma igreja com propósitos, lançado no Brasil pela Editora Vida, virou um best-seller do gênero e já foi traduzido para 20 idiomas. “Igrejas vivas estão sempre reavaliando eclesiologia, teologia, ministério, didática, estratégias e sistemas adotados para verificar o que pode ser melhorado em seu discipulado”, aponta. Sobre a constatação advinda da pesquisa, ele é taxativo: “Este é mais um degrau para subir. Os dilemas, anseios e problemas das pessoas precisam ser respondidos de forma mais efetiva, para que suas vidas sejam transformadas. Não há outro paradigma para isto senão a Bíblia Sagrada.”

Para o pastor Mário Simões, diretor da Associação Willow Creek no Brasil, a iniciativa de realizar uma pesquisa do gênero e divulgá-la ao público mostra a credibilidade da organização liderada por Bill Hybels. “Somente uma igreja séria e comprometida com Deus tem a coragem de fazer uma auto-avaliação e a humildade de admitir seus erros, compartilhando os resultados com outras igrejas que enfrentam os mesmos desafios”, destaca. Segundo ele, o ministério no Brasil não recebeu nenhuma nova orientação. “Nosso propósito não é plantar ‘igrejas Willow’ pelo Brasil ou difundir um modelo ou estrutura. A missão que temos é encorajar, equipar e inspirar igrejas a serem comunidades relevantes e influentes onde estão plantadas.” Simões lembra que o grupo atua no Brasil não apenas junto a igrejas, mas também a organizações e empresas cristãs, ministrando cursos e programas com temas voltados para liderança, relacionamentos, família, evangelismo e organização de ministérios, entre outros.

Fonte: http://www.cristianismohoje.com.br/artigo.php?artigoid=33468

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